A polêmica em torno de um suposto vazamento na Operação Contenção, realizada no Rio de Janeiro na última terça-feira, 28 de maio, foi veementemente desmentida pelo secretário de Segurança Pública do estado, Victor Santos. O chefe da pasta reforçou que, embora a vasta mobilização de efetivo policial possa gerar expectativa e comentários nas comunidades, não há indícios de que a ação tenha sido efetivamente comprometida.
A discussão ganhou fôlego na imprensa após reportagens sugerirem que informações sobre a ofensiva teriam vazado, permitindo que criminosos se antecipassem. Contudo, Santos classificou tal especulação como infundada, assegurando que o procedimento de segurança foi executado conforme o planejado e não enfrentou um “vazamento grave”, nos termos técnicos da operação.
Secretário do Rio refuta vazamento em megaoperação policial
De acordo com Victor Santos, a movimentação estratégica de um contingente expressivo de cerca de 2.500 policiais é um fator que naturalmente desperta atenção. “Em uma operação dessas, com a mobilização de 2.500 policiais, naturalmente, alguém fica sabendo disso pela própria mobilização”, explicou o secretário. Ele enfatizou que essa visibilidade intrínseca não se traduz em falha tática. “O que a gente verifica é que não houve um vazamento grave, o que chamamos de vazamento qualificado, ou seja, chegar ao objetivo e não atingi-lo”, pontuou o responsável pela Segurança Pública.
Negação veemente: Sem vazamento qualificado, afirma Santos
As declarações do secretário foram proferidas durante uma coletiva de imprensa no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), localizado na capital fluminense, no dia seguinte à megaoperação. A manifestação de Santos ocorreu logo após um importante encontro com representantes do legislativo, onde pautas de segurança foram minuciosamente debatidas. A reunião contou com a presença de dez deputados federais e nove deputados estaduais, todos integrantes da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, além de quatro vereadores da cidade, entre eles o parlamentar Carlos Bolsonaro (PL).
Além de abordar a questão do suposto vazamento, o secretário Victor Santos fez questão de rebater outra informação disseminada pela mídia, que apontava a ocorrência de mortes antes mesmo do início efetivo da operação. Para Santos, essa afirmação carece de qualquer fundamento, sendo categorizada por ele como “sem sentido”. Ele assegurou que todos os corpos recolhidos, tanto durante quanto após a execução da ação policial, serão submetidos a perícias rigorosas. O objetivo é estabelecer com precisão as causas e os horários de falecimento, permitindo uma análise técnica e imparcial dos fatos. “De forma técnica, no tempo certo, será possível provar que essa matéria não é verdadeira”, declarou o secretário, reiterando o compromisso com a transparência e a precisão das investigações.
Posição da Polícia Civil reforça integridade da ação
A visão de Victor Santos foi corroborada pelo secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, que também desconstruiu a narrativa de um vazamento comprometedor. Curi atribuiu o elevado “estado de alerta” nas comunidades, como o Complexo do Alemão e Penha, à imensa concentração de recursos e efetivo policial, um evento que naturalmente chama a atenção de qualquer morador ou grupo organizado. “Quem está dizendo que houve vazamento são vocês [imprensa]. Em nenhum momento falamos isso”, afirmou Curi. Ele complementou, “Com a movimentação de 2.500 homens, dezenas de veículos blindados e centenas de viaturas, obviamente há um estado de alerta. Repudiamos veementemente essa afirmação sensacionalista”, em clara censura à forma como a imprensa teria tratado o caso.
A megaoperação, que concentrou suas ações nas localidades do Complexo do Alemão e da Penha, situadas na Zona Norte do Rio de Janeiro, teve um saldo oficial que reflete a intensidade do confronto. Os números mais recentes divulgados pelas autoridades indicam que o confronto resultou em 121 mortes, das quais quatro foram de policiais que estavam em serviço. A ofensiva policial também culminou com a detenção de 113 pessoas, reforçando o impacto direto das intervenções em larga escala no combate à criminalidade organizada na região. A gestão da segurança pública no Rio de Janeiro continua a ser um desafio complexo, com debates constantes sobre as estratégias adotadas e seus resultados, envolvendo a sociedade civil, autoridades e diversos níveis do legislativo, uma discussão que é acompanhada de perto por órgãos como o Ministério da Justiça e Segurança Pública, em âmbito nacional.
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Em suma, a cúpula da segurança pública fluminense mantém sua posição firme em refutar a ideia de um vazamento grave na Operação Contenção, argumentando que a escala da mobilização é o principal fator que gerou a percepção de alerta. O compromisso é com a investigação detalhada de todos os incidentes. Para mais informações sobre segurança pública e a dinâmica das grandes cidades, continue acompanhando a nossa editoria de Cidades e demais análises no nosso blog.
Crédito da imagem: Aline Massuca/Reuters

 
						 
						