Há mais de duas décadas, a decoração de Halloween em Santos, São Paulo, tem um ponto de referência incomum: a residência do casal Irene Virgínia do Rossi Bispo e Paulo de Souza Soares. O imóvel, carinhosamente apelidado de “Casa Monstro”, tornou-se um verdadeiro atrativo turístico na cidade, resultado de uma dedicação que perdura ao longo de outubro, transformando a fachada em um cenário digno de filmes de terror.
Irene do Rossi Bispo, de 65 anos, revelou em entrevista ao g1 que o lar recebe visitantes não apenas de bairros vizinhos, mas de diversas localidades e municípios próximos, todos atraídos pela inusitada exibição. Localizada especificamente na Rua Coronel Feliciano Narciso Bicudo, no Jardim São Manoel, na Zona Noroeste de Santos, a “Casa Monstro” representa uma iniciativa singular. Inicialmente uma tradição local, a fama se expandiu organicamente pelo boca a boca e, posteriormente, com a vasta repercussão através da internet.
Família em Santos cria a “Casa Monstro” para Halloween
Para o público, a família disponibiliza a visitação gratuita ao quintal da propriedade de terça a domingo, sempre no horário das 18h às 21h. Curiosamente, a noite de 31 de outubro, quando o Halloween é oficialmente celebrado, a casa não abre para o público externo. Nesta data, o espaço é reservado exclusivamente para uma confraternização familiar e amigos, que Irene descreve como uma “reunião de bruxas e feiticeiros”, mantendo a atmosfera temática.
Detalhes da Produção e Criatividade Sustentável
Neste ano, a exibição da Casa Monstro apresenta uma impressionante coleção de pelo menos 20 figuras que remetem a icônicos personagens de terror, diretamente inspirados em produções cinematográficas e televisivas. A particularidade desta cenografia reside na sua concepção: a decoração é inteiramente artesanal, criada por Irene, seu marido Paulo de Souza Soares, de 67 anos, e a filha do casal, Paula Bispo Soares, de 39. O destaque está no uso exclusivo de materiais recicláveis, reafirmando um compromisso com a sustentabilidade.
Paula Bispo Soares detalhou o processo criativo familiar, enfatizando que nenhum dos elementos decorativos é adquirido pronto. A equipe criativa se dedica à pesquisa, assistindo a vídeos tutoriais para aprimorar as técnicas. Seu pai, Paulo, que é mecânico industrial aposentado, emprega seu conhecimento técnico em mecânica e elétrica na construção das peças, atuando como o “engenheiro” por trás dos efeitos. Paula e Irene, por sua vez, dedicam-se à parte artística e de decoração, esculpindo os bonecos.
Os personagens assustadores são concebidos em tamanho real e muitos incorporam recursos como movimento e iluminação, elevando a experiência dos visitantes. Para a criação, a família recorre a itens encontrados em brechós e até mesmo descartados nas ruas. Um exemplo notável dado por Paula é a reutilização de manequins abandonados que são restaurados e transformados em parte da exposição. O empenho da família é em trazer uma nova surpresa a cada ciclo, garantindo que a “Casa Monstro” de Santos ofereça inovações anuais.
Novidades e A Identidade Visual Aterrorizante
Para o próximo ano, por exemplo, Paulo dedicou-se à criação de uma figura imponente de isopor, com aproximadamente três metros de altura. Inspirada na célebre boneca da série “Round 6”, essa peça é um testemunho da inventividade da família. O material para essa criação colossal foi obtido do descarte de isopor do Carnaval de Santos. Paula explica que, embora esta peça específica não possua movimento, ela foi equipada com iluminação, garantindo seu impacto visual.

Imagem: g1.globo.com
A originalidade da decoração da Casa Monstro reside na sua proposta estética, que se diferencia das tradições mais comuns de Halloween no Brasil. Enquanto muitas decorações priorizam elementos como morcegos na parede ou fantasminhas “infantis”, a família de Santos opta por uma abordagem mais intensa. “Nossa proposta é diferente. Nosso Halloween é mais pesado, mais sangrento, como mostra nos filmes”, afirmou Paula, definindo a identidade da atração.
Irene conta que a motivação para iniciar a tradição surgiu na adolescência da filha. Diante da dificuldade em encontrar itens assustadores nas lojas de artigos para festas na época, a própria família começou a confeccionar seus enfeites. Essa prática evoluiu para a decisão de decorar a casa inteira com as peças que já possuíam. O retorno do público, segundo ela, tem sido extremamente positivo desde o início, tornando-se uma expectativa aguardada a cada ano. A devoção da família ao Halloween se manifesta na ausência de cobrança de entrada; tudo é feito por paixão pela data, que consideram uma das favoritas, superando até mesmo o Natal. Esse espírito é o que move a Família Bispo-Soares, realizando o projeto “por amor, por prazer”, finalizou Paula.
O Halloween é uma festa com raízes antigas e tem conquistado cada vez mais espaço e adaptações culturais ao redor do mundo. Para entender mais sobre suas origens e evolução, você pode consultar informações detalhadas em fontes como a National Geographic.
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Em suma, a “Casa Monstro” de Santos, idealizada pela Família Bispo-Soares, transcende a simples decoração sazonal, tornando-se um símbolo da paixão pelo Halloween e um notável exemplo de criatividade sustentável. O engajamento da família em proporcionar essa experiência única e gratuita reflete o verdadeiro espírito da celebração. Para continuar acompanhando notícias e histórias inspiradoras de cidades brasileiras, visite nossa seção de Cidades em nosso blog.
Foto: Arquivo Pessoal




