Protesto Feminicídio Calçoene: Família Exige Justiça na BR-156

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Um intenso protesto por feminicídio em Calçoene mobilizou familiares e amigos de Irene dos Reis Oliveira, de 29 anos, que bloquearam a BR-156 nesta segunda-feira (27), exigindo justiça para a jovem vítima de um crime brutal. A manifestação ocorreu no município de Calçoene, no Amapá, refletindo a dor e a indignação da comunidade após o assassinato ocorrido na madrugada de sábado (25).

A paralisação na BR-156, trecho norte que conecta Calçoene ao município de Oiapoque, foi um ato de desespero e um clamor por rigorosa aplicação da lei. Pessoas se reuniram na rodovia para expressar o choque e a tristeza diante dos requintes de crueldade que marcaram o fim da vida de Irene, cujo caso chocou toda a região. A barreira humana no asfalto não apenas bloqueou o tráfego, mas serviu como um poderoso símbolo da busca incessante por justiça.

Protesto Feminicídio Calçoene: Família Exige Justiça na BR-156

Conforme informações divulgadas pela Polícia Civil, o principal suspeito, cuja identidade não foi detalhada na fonte, confessou o estupro, o assassinato por sufocamento de Irene e, posteriormente, a tentativa de ocultação do corpo através de esquartejamento, queima parcial e sepultamento em uma fossa clandestina. O crime ocorreu enquanto a vítima estava em sua residência, acompanhada do filho de apenas quatro anos de idade, e foi marcado pela invasão da casa pelos fundos. O acusado foi detido pela Polícia Militar e está agora à disposição da Justiça para as devidas providências legais.

A Cronologia de um Horror: Invasão e Brutalidade

Os detalhes do crime são estarrecedores. A noite de sábado se transformou em palco de um episódio de violência impensável. A casa de Irene, que deveria ser um refúgio para ela e seu filho, foi invadida por uma figura que demonstraria uma crueldade chocante. Enquanto o filho pequeno possivelmente dormia ou estava nas proximidades, a mulher de 29 anos foi submetida a atos bárbaros que culminaram em sua morte por sufocamento. O comportamento do suspeito após a consumação do feminicídio revelou uma frieza que desafia a compreensão humana, planejando e executando a ocultação do cadáver.

A Angústia da Ausência: Família Desconfia e Agira

Ainda na manhã subsequente ao crime, em um ato de extrema dissimulação, o suspeito foi visto convivendo com a família de Irene. Itami dos Reis Oliveira, irmão da vítima, relatou ao g1 que o homem chegou a ajudar em diversas tarefas e até almoçou com eles, misturando-se aos enlutados antes que a verdade viesse à tona. “Ele estava com a gente o tempo todo”, contou Itami, evidenciando o quão ardilosa foi a fachada. A desconfiança só começou a surgir quando Irene não apareceu para levar seu filho à festa das crianças em Calçoene, compromisso que ela havia mencionado e que era de extrema importância para ela e para o pequeno.

Ao notar a prolongada e estranha ausência da irmã, Itami decidiu ir até a casa dela para verificar o que havia acontecido. Lá, deparou-se com o filho de Irene, de quatro anos, sozinho, e a porta dos fundos da residência arrombada. Esse cenário acionou um alerta imediato. “Já suspeitei que algo grave tinha acontecido”, relembrou Itami, cuja intuição infelizmente se mostraria correta. A polícia científica removeu o corpo para Macapá, onde passará por perícia.

Uma Busca Determinada e a Cruel Descoberta

Com as peças se encaixando na mente de Itami, especialmente após avistar o suspeito cavando um buraco no quintal da casa logo pela manhã, ele rapidamente juntou os pontos. Dirigindo-se à delegacia, a cerca de 100 metros do local, foi informado de que a polícia só poderia agir após 24 horas. Impossibilitado de esperar e impulsionado por um senso de urgência e um desespero crescente, Itami retornou e começou ele próprio a escavação no quintal, acompanhado por uma amiga e, posteriormente, por dois policiais.

A perseverança de Itami, mesmo sob as circunstâncias mais angustiantes, foi fundamental para o desfecho da investigação. Durante a escavação, o suspeito, que permanecia nas proximidades, foi notado com arranhões nos braços – indícios que corroboravam uma possível tentativa de defesa por parte de Irene. A busca minuciosa levou à descoberta do corpo de Irene na fossa. No momento da macabra descoberta, os policiais, que já acompanhavam Itami, deram voz de prisão ao acusado ali mesmo, onde ele se encontrava na cena do crime, tentando escapar de sua culpa ao se misturar ao ambiente.

Enquanto a família de Irene aguarda a liberação do corpo para as cerimônias fúnebres, o impacto do feminicídio ecoa na comunidade. O marido de Irene, que residia e trabalhava em Oiapoque, já está em Calçoene para acompanhar o caso de perto e dar suporte ao filho do casal, que agora enfrentará a vida sem sua mãe em um cenário de luto e injustiça. As autoridades já coletaram amostras de DNA e os pertences da vítima para subsidiar o inquérito, mas para os familiares, o mais premente é a possibilidade de sepultar Irene com dignidade.

Itami resumiu o sentimento de sua família: “O suspeito confessou tudo. Só queremos enterrá-la com dignidade e aliviar um pouco essa dor.” Este clamor por um funeral digno simboliza a busca por um mínimo de paz e o encerramento de um ciclo de horror. Para saber mais sobre o combate à violência de gênero e o papel da justiça nesses casos, você pode consultar informações detalhadas no site do Conselho Nacional de Justiça.

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O feminicídio em Calçoene é um doloroso lembrete da persistente violência contra a mulher. A manifestação na BR-156 não é apenas um protesto, mas um apelo por uma sociedade mais justa e segura, onde tais atrocidades não permaneçam impunes. A editoria de Cidades do Hora de Começar continuará acompanhando os desdobramentos deste e de outros casos que afetam diretamente as comunidades brasileiras. Fique por dentro das últimas notícias sobre a segurança e os eventos em diversas cidades e participe ativamente da construção de uma sociedade mais atenta e informada.

Crédito da imagem: Reprodução/Internet

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