A Polícia Federal (PF) delineou um abrangente plano de segurança para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), agendada para ocorrer entre 10 e 21 de novembro de 2025, em Belém, Pará. Com início das ações em 1º de outubro, a estratégia visa assegurar a proteção de um número sem precedentes de delegações internacionais e, simultaneamente, garantir o livre exercício da liberdade de expressão na capital paraense, palco de um dos maiores eventos climáticos do mundo.
O foco primordial da Polícia Federal é a segurança ostensiva e investigativa durante a realização da COP 30 em Belém, uma conferência que trará à Amazônia brasileira líderes mundiais, ambientalistas, ativistas e representantes de diversas culturas. A corporação articula-se para gerenciar os complexos desafios de logística e ordem pública que um evento dessa magnitude apresenta, especialmente ao conciliar a proteção de figuras diplomáticas com o direito à manifestação pacífica.
PF Define Plano de Segurança Robusto para a COP 30 em Belém
O planejamento estratégico da Polícia Federal para a COP 30 em Belém está ancorado em três pilares essenciais. Primeiramente, a diplomacia e a expectativa de um recorde de delegações com visões diversas ou mesmo antagônicas demandam um esquema de segurança extremamente adaptado e especializado para autoridades. Isso inclui uma intensa articulação geopolítica para gerir os interesses e as necessidades de cada país representado. A complexidade da agenda climática e o papel da Conferência das Partes (COP) é um dos principais eventos da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC) e justifica essa atenção especial à segurança de alto nível.
Em segundo lugar, a logística reforçada é um ponto crucial da estratégia de segurança da Polícia Federal. Esse eixo abrange medidas aprimoradas na imigração, para lidar com o fluxo de milhares de visitantes internacionais, e na fiscalização de portos estratégicos, como o de Outeiro, que foi designado para receber navios de cruzeiro com participantes. A segurança aeroportuária também será significativamente fortalecida, com especial atenção à Base Aérea de Belém, por onde a maior parte das autoridades de distintos países farão sua chegada ao território brasileiro, demandando protocolos de segurança rigorosos e coordenação internacional.
Finalmente, o terceiro eixo de atuação da PF foca na liberdade de manifestação, um direito fundamental em eventos democráticos. A COP 30, sendo realizada na Amazônia brasileira, será um palco vital para a expressão de povos originários e movimentos sociais. A Polícia Federal assegurará a proteção dos manifestantes, estabelecerá perímetros de segurança adequados e atuará para garantir uma convivência harmônica entre todos os segmentos sociais. A intenção é que essas manifestações ocorram sem que o funcionamento regular e a ordem da cidade sejam comprometidos, consolidando um ambiente de debate aberto e respeitoso.
Para enfrentar a grandiosidade e a complexidade do evento, a Polícia Federal mobilizou um efetivo substancial. Aproximadamente 1,2 mil servidores, englobando policiais federais e equipes administrativas, foram recrutados para garantir a execução do plano de segurança para a COP 30 em Belém. Essa força-tarefa está distribuída estrategicamente para cobrir todas as frentes de atuação e assegurar a tranquilidade durante o período da conferência, que se estenderá por quase duas semanas.
O esquema de segurança é multifacetado e vai além da presença visível. Inclui a atuação de equipes dedicadas no aeroporto internacional de Belém e no Porto de Outeiro, com operações diárias e patrulhas constantes. Além disso, capacidades investigativas robustas serão empregadas na prevenção de crimes cibernéticos, que podem surgir em grandes eventos digitais, e na detecção e neutralização de ameaças terroristas. A estrutura planejada também contempla varreduras minuciosas e contramedidas anti-bombas, garantindo que os locais de evento e hospedagem estejam livres de riscos e seguros para todos os participantes da Conferência do Clima.

Imagem: agenciabrasil.ebc.com.br
Este evento, de visibilidade internacional ímpar, é particularmente significativo por ser a primeira vez que uma Conferência das Partes (COP) é realizada na Amazônia brasileira. A instituição policial destaca que a escolha do Brasil como sede após edições em países com maiores restrições às liberdades civis ressalta o compromisso da nação com a democracia e a liberdade de expressão. De fato, a PF pontua que o Brasil se solidifica como o principal palco dos últimos cinco anos para a livre manifestação de povos originários, como expresso em nota oficial da entidade. Esta característica é um diferencial em comparação com as COPs anteriores, sediadas em:
- 2024, Baku, no Azerbaijão (COP29);
- 2023, Dubai, nos Emirados Árabes Unidos (COP28);
- 2022, Sharm el-Sheikh, no Egito (COP27);
- 2021, Glasgow, na Escócia (COP26).
De maneira paralela, e reforçando a relevância da inclusão, o governo brasileiro organizou a “Aldeia COP”. Este espaço dedicado foi montado na Universidade Federal do Pará com o objetivo de acolher e amplificar a voz de povos indígenas do Brasil e de diversas partes do mundo durante a Conferência das Nações Unidas. A área total, que abrange 72.695 m² com 14.903,81 m² de construção, está operacional desde setembro, servindo como local para acampamento, além de sediar atividades culturais, políticas e espirituais de grande importância.
A estimativa é que cerca de 3 mil indígenas encontrem hospedagem e acolhimento neste local especial, durante a realização da COP 30 em Belém, proporcionando-lhes uma plataforma vital para suas pautas. A coordenação da Aldeia COP está a cargo do Ministério dos Povos Indígenas, em uma parceria estratégica com organizações fundamentais como a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) e a Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa), garantindo uma representação autêntica e forte das comunidades tradicionais.
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Em suma, o plano de segurança da Polícia Federal para a COP 30 em Belém representa uma operação complexa e integrada, desenhada para proteger delegações, otimizar a logística e salvaguardar a liberdade de manifestação. Este evento na Amazônia não só reafirma a posição do Brasil no cenário internacional, mas também destaca a importância de um ambiente seguro e livre para o debate global sobre mudanças climáticas. Para ficar por dentro das últimas notícias sobre as iniciativas governamentais e o desenvolvimento em diversas localidades, explore nossa editoria de Cidades.
Crédito da imagem: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil



