Na última sexta-feira, 17 de maio, um triste incidente chocou moradores e ativistas de direitos animais em Jundiaí, São Paulo. Um cão abandonado com bicheira, ferimentos e grave estado de debilidade não resistiu após ser deixado em um pet shop da cidade, que posteriormente formalizou uma denúncia por maus-tratos.
O caso teve início por volta das 12h30, quando uma mulher compareceu ao estabelecimento de Elaine Pinheiro, proprietária do pet shop, solicitando um banho para o animal. Antes mesmo de iniciar os procedimentos de higiene, a tosadora do local detectou a preocupante condição do cão: uma grave infestação de bicheira (miíase) na boca e sinais visíveis de fraqueza.
Cão abandonado com bicheira morre em Jundiaí (SP)
De acordo com o relato de Elaine Pinheiro, a mulher informou ter levado o animal previamente a um médico veterinário, apresentando uma receita com os medicamentos prescritos. Mesmo diante da condição do cachorro, a cliente questionou a possibilidade de realizar a tosa, o que foi aceito. Após fornecer um contato telefônico, a tutora declarou que iria ao centro da cidade e retornaria para buscar o cão.
Contudo, a situação do animal se agravou rapidamente. “Logo depois, eu fui ver o cachorro e vi que ele estava sangrando muito”, contou Elaine. As tentativas da empresária de contatar a mulher foram infrutíferas; as ligações não se completavam. Com o horário de fechamento do pet shop se aproximando, a suposta tutora não apareceu.
Desesperada para localizar a responsável, Elaine utilizou as redes sociais, publicando uma imagem do cão ao lado da foto da mulher. A repercussão da postagem resultou no contato da tutora com Elaine. Em suas mensagens, a mulher negou ter abandonado o animal, alegando que ele pertencia a outra pessoa e que esta seria a encarregada de retirá-lo do pet shop. Elaine percebeu uma série de histórias contraditórias: “Para a veterinária, ela falou uma coisa e para a gente ela falou outra. Depois de um tempo eu falei para ela, que se ela não tivesse condições de cuidar do cachorro, que ela falasse, porque eu não iria devolver o cachorro nas condições que ele estava.” A resposta da mulher foi um simples emoji de “joia”, sinalizando a desistência implícita.
Diante da ausência de retorno e da evidente necessidade de tratamento urgente, no sábado, 18 de maio, Elaine Pinheiro encaminhou o cão, batizado carinhosamente de Max, para atendimento veterinário de emergência. A remoção das larvas foi realizada, porém, o quadro de saúde do animal já era crítico. Poucas horas depois, a médica veterinária informou que Max havia sofrido uma parada cardiorrespiratória e não havia resistido.
A perda do cão Max abalou profundamente a proprietária do pet shop. “Foi uma das piores sensações, triste por não conseguir salvar o Max. Em seus últimos momentos, Max pôde sentir o cuidado e o amor de quem deveria ter dado a vida toda”, lamentou Elaine Pinheiro.

Imagem: g1.globo.com
A gravidade do caso chamou a atenção de ativistas. Uma ONG de proteção animal de Jundiaí foi informada. Danielle Fogaça, representante da organização, comunicou que será registrado um boletim de ocorrência, dando início a uma investigação formal sobre o abandono e os possíveis maus-tratos que culminaram na morte de Max. No Brasil, atos de abandono e crueldade contra animais são considerados crimes, passíveis de punição severa conforme a legislação vigente, como a Lei Federal nº 14.064/2020, conhecida popularmente como Lei Sansão, que estabelece penas mais rigorosas para quem pratica maus-tratos contra cães e gatos.
A luta pela justiça de Max agora se concentra na ação legal, buscando responsabilizar os envolvidos e reforçar a importância da guarda responsável dos animais de estimação. A comunidade de Jundiaí e os defensores dos animais aguardam os desdobramentos dessa investigação para garantir que a memória de Max e os direitos de outros animais sejam protegidos.
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Este trágico episódio em Jundiaí serve como um doloroso lembrete da responsabilidade que temos com os animais. É crucial que denúncias de abandono e maus-tratos sejam feitas para que casos como o de Max não se repitam e para que os responsáveis sejam devidamente punidos. Para continuar acompanhando as notícias sobre Jundiaí e outras cidades brasileiras, mantenha-se conectado à nossa editoria.
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