O roubo de joias no Louvre, que ocorreu no último domingo (19) em Paris, deflagrou uma intensa operação policial e uma verdadeira corrida contra o tempo. Peças de valor inestimável foram levadas do renomado Museu do Louvre, e as autoridades temem que, sem uma rápida recuperação, as joias possam ser desmontadas e desaparecerem do país, tornando sua identificação e resgate praticamente impossíveis.
A ousadia dos criminosos chocou a França e o mundo. Armados com ferramentas elétricas, eles conseguiram entrar no museu mais visitado do planeta em pleno dia e subtrair oito joias de altíssimo valor histórico e monetário. Entre os itens furtados, destaca-se um colar de diamantes e esmeraldas que pertenceu à esposa do imperador Napoleão.
Roubo de Joias no Louvre: Corrida Contra o Tempo pela Recuperação
O Museu do Louvre comunicou que permaneceria fechado nesta segunda-feira (20), enquanto a complexa investigação prosseguia. O Ministro da Justiça, Gérald Darmanin, admitiu à emissora France Inter: “É certo que falhamos, já que alguém conseguiu estacionar um caminhão-guindaste em pleno centro de Paris e subir nele em poucos minutos para levar joias de valor incalculável.” Darmanin, no entanto, expressou confiança na capacidade da polícia de capturar os responsáveis.
Contrariando o otimismo do ministro, o diretor executivo da Art Recovery International, Chris Marinello – uma organização especializada na recuperação de obras de arte roubadas – emitiu um alerta severo. Segundo Marinello, se os ladrões não forem detidos nas próximas 24 a 48 horas, a chance de as joias roubadas “desaparecerem para sempre” é grande. Ele enfatizou que “há uma corrida contra o tempo acontecendo agora”.
A principal preocupação reside na facilidade com que as peças roubadas, como coroas e tiaras, podem ser desmembradas. Marinello explicou que os ladrões “não vão mantê-las intactas, vão quebrá-las, derreter o metal valioso, cortar as pedras preciosas e esconder as provas do crime”. Vender essas joias em seu estado original seria extremamente difícil e chamaria muita atenção, ao contrário da venda de suas partes.
O especialista reiterou a urgência para a polícia francesa, afirmando que “se não prender os ladrões nas próximas 24 a 48 horas, é provável que essas peças já tenham desaparecido”. Ele alertou que, mesmo que os criminosos sejam presos posteriormente, a recuperação das joias pode não acontecer.
O Assalto e Falhas de Segurança Apontadas
Relatórios da mídia francesa indicam que uma avaliação preliminar do Tribunal de Contas, com publicação prevista para novembro, revelou uma lacuna preocupante: um terço das salas na ala onde o roubo ocorreu não possuía câmeras de vigilância. Esta informação contribui para a imagem de falha de segurança que permeia o caso.
O assalto levou à decisão, tomada nesta segunda-feira, de reforçar a segurança nas instituições culturais de toda a França. A medida foi anunciada pelos assessores do Ministro do Interior, Laurent Nuñez, após uma reunião com a polícia e outros ministros. A decisão segue as declarações do Ministro da Justiça sobre os “protocolos de segurança que falharam”, culminando em uma “imagem terrível” para o país. Nuñez, por sua vez, reconheceu a “grande vulnerabilidade” da segurança dos museus franceses.
O ataque ao Louvre durou apenas sete minutos e ocorreu no domingo, entre 09:30 e 09:40, hora local, pouco depois da abertura do museu ao público. Quatro ladrões empregaram um elevador mecânico, acoplado a um veículo, para acessar a célebre Galerie d’Apollon por uma varanda próxima ao rio Sena. Imagens capturadas no local mostraram uma escada improvisada em um veículo levando a uma janela do primeiro andar.

Imagem: www1.folha.uol.com.br
Dois dos invasores, utilizando um cortador de disco a bateria, quebraram os vidros e adentraram o museu. Lá dentro, eles renderam os guardas, que prontamente evacuaram o prédio. Os criminosos então arrombaram as vitrines e subtraíram as joias, um conjunto que compreendia milhares de diamantes e diversas pedras preciosas. Os alarmes do museu foram acionados, e a equipe seguiu o protocolo de contato com as forças de segurança e proteção dos visitantes, conforme detalhado pelo Ministério da Cultura em comunicado. Do lado de fora, os ladrões tentaram atear fogo ao veículo usado no assalto, mas foram impedidos por um funcionário do museu.
Patrimônio Histórico e Lamentos
Entre as oito joias roubadas, além do colar de esmeraldas e diamantes de Napoleão para sua esposa, a Imperatriz Maria Luisa, destacam-se: uma tiara que pertencia à Imperatriz Eugênia, consorte de Napoleão III, adornada com quase 2.000 diamantes; e um colar de Maria Amélia, a última rainha da França, que ostentava oito safiras e 631 diamantes.
A gravidade do episódio reverberou nos mais altos escalões do governo francês. O presidente Emmanuel Macron descreveu o assalto como um “ataque a um patrimônio que apreciamos porque é nossa história”. Nathalie Goulet, membro da comissão de Finanças do Senado francês, lamentou o ocorrido como um episódio “muito doloroso” para a nação.
“Todos estamos decepcionados e irritados”, declarou Goulet à BBC, expressando dificuldade em compreender “como isso pôde acontecer tão facilmente”. Ela também mencionou que o alarme da galeria havia apresentado defeito recentemente e sugeriu que a investigação deveria determinar se o sistema estava desativado durante o roubo. O Museu do Louvre, reconhecido mundialmente como uma das mais prestigiadas instituições culturais e lar de incontáveis obras-primas, enfrentou este desafio. Para saber mais sobre a instituição, visite o site oficial do Louvre.
Goulet acredita que, se as joias forem fragmentadas, serão “usadas em um esquema de lavagem de dinheiro”. Para ela, o perfil dos criminosos não é amador. “Não acredito que estamos lidando com amadores. Trata-se de uma quadrilha organizada e eles não têm qualquer moral. Não apreciam as joias como peças históricas, apenas como uma forma de lavar seu dinheiro sujo,” afirmou a senadora, ressaltando a natureza fria e calculista da operação criminosa.
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A França e a comunidade internacional aguardam ansiosamente os desdobramentos da investigação sobre o roubo do Louvre. A urgência na recuperação das joias e a necessidade de reforçar a segurança dos bens culturais do país continuam em destaque. Para se manter informado sobre acontecimentos globais e segurança em centros urbanos, continue acompanhando as notícias em nossa seção de Cidades.
Crédito da imagem: Julien de Rosa – 20.out.25/AFP; Divulgação/Musée du Louvre; AFP


