A cidade de Bebedouro, no interior de São Paulo, é palco de um inquérito de homicídio onde o principal investigado, o borracheiro André Luiz Cardoso, de 48 anos, suspeito de matar jovem alega apagão no momento crucial do crime. Cardoso, acusado de ser o autor do esfaqueamento que levou à morte de Victor Hugo Aparecido Pereira Giles, de 25 anos, afirmou à Polícia Civil que não se lembra de detalhes do ocorrido, desencadeando um novo patamar de desafios para as autoridades. O jovem Victor Hugo teria sido morto após intervir em uma agressão à companheira do próprio borracheiro.
O delegado Maurício Vieira Silva, encarregado do caso, compartilhou com o portal G1 que André Luiz, durante o depoimento, limitou-se a dizer que não possui memória dos fatos. O suspeito relata apenas ter sido alvo de agressões antes de conseguir fugir do imóvel, atravessando uma grade. Tal amnésia seletiva, contudo, é contestada pela evidência já apurada pelas autoridades, que indica a autoria de Cardoso no esfaqueamento da vítima fatal.
Suspeito de Matar Jovem em Bebedouro Alega Apagão
A complexidade da declaração de que o suspeito de matar jovem alega apagão é central para a investigação. Segundo ele, sua lembrança é apenas fragmentada, recorda-se de ter sido agredido por quatro homens, de ter rompido uma grade na casa e escapado por uma janela. Apesar de sua insistência em não ter um panorama claro do incidente, testemunhas e elementos investigativos corroboram que ele foi o responsável pela agressão fatal a Victor Hugo.
André Luiz Cardoso compareceu perante as autoridades na tarde da última quarta-feira, dia 14 de maio, após estar foragido desde o domingo anterior, dia 12, quando o crime ocorreu. Sua prisão é temporária, garantindo que o avanço da apuração policial não seja comprometido. A equipe do g1 não conseguiu contatar a defesa de Cardoso até o momento da atualização desta reportagem.
Detalhes Cruciais do Homicídio em Bebedouro
O incidente que resultou na morte do jovem ocorreu durante a madrugada de um domingo. Victor Hugo, acompanhado de sua esposa e dois amigos, regressava de uma festa quando testemunhou uma cena de violência doméstica. Conforme registrado no boletim de ocorrência, uma mulher era brutalmente agredida por um homem na Rua Antônio Talarico, localizada no bairro Vila Santa Terezinha, em Bebedouro. O agressor utilizava chutes, pontapés e até mesmo um capacete nas agressões, enquanto a vítima clamava por socorro.
Diante da chocante situação, Victor Hugo e seus companheiros pararam o veículo imediatamente e intervieram para proteger a mulher. Após a contenção inicial, o agressor evadiu-se para sua residência, sendo seguido por Victor Hugo e um de seus amigos. Foi dentro do imóvel que Victor Hugo foi esfaqueado, enquanto seu amigo sofreu ferimentos em uma das mãos. André Luiz Cardoso fugiu do local imediatamente após a consumação do ato. Embora equipes de resgate tenham prontamente atendido Victor Hugo, a gravidade dos ferimentos o levou à morte antes de conseguir chegar ao hospital. O amigo da vítima, ferido na mão, foi internado, mas não corria risco de vida. A mulher agredida, esposa de Cardoso, recebeu assistência médica e, felizmente, obteve alta.
A Investigação Policial e o Histórico do Agresor
A Polícia Civil conduz o caso como homicídio qualificado, lesão corporal e violência doméstica. O delegado Maurício Vieira Silva confirmou que a mulher de André Luiz Cardoso foi ouvida no mesmo dia do crime. Ela corrobora as alegações, afirmando que estava sendo agredida pelo marido quando Victor Hugo interveio. Adicionalmente, o histórico de André Luiz Cardoso não é limpo. As investigações revelaram que ele já possuía passagens anteriores pela polícia e um padrão de agressões contra sua companheira, fato que adiciona uma camada de complexidade ao seu depoimento de “apagão”.
Imagem: g1.globo.com
Testemunhas adicionais, incluindo amigos da vítima que estavam presentes no momento dos fatos, devem ser chamadas para prestar depoimento nos próximos dias, auxiliando a montar um quadro completo e detalhado do trágico acontecimento que custou a vida do jovem de Bebedouro.
Victor Hugo: A Vítima e Seu Legado
Victor Hugo Aparecido Pereira Giles, com apenas 25 anos, era casado, pai de duas crianças pequenas e proprietário de um lava-rápido na cidade. Ele era conhecido por seu caráter altruísta e disposição para ajudar o próximo. Seu pai, Adão Giles, mestre de capoeira, compartilhou com a reportagem a profunda preocupação que seu filho sempre teve em zelar pelos outros.
“Eu sempre ensinei meu filho a respeitar. Sempre que a gente estava junto falávamos sobre isso, ele cresceu nesse ambiente de proteção. Ele nunca gostou de covardia, eu também não gosto”, desabafou Adão Giles. O pai de Victor Hugo ainda expressou que, caso estivesse presente na situação, sua atitude teria sido idêntica à de seu filho. “Eu teria parado, socorrido, feito de tudo. Tudo o que ele fez, eu teria feito. É da nossa índole. A gente vem com isso, de respeitar e proteger”, disse, honrando o legado de heroísmo de Victor Hugo, que pagou com a vida ao defender uma mulher vítima de violência, um problema persistente no Brasil, como indicam as estatísticas anuais sobre violência de gênero e doméstica.
Confira também: crédito imobiliário
Este trágico evento em Bebedouro reacende a discussão sobre a violência doméstica e a coragem daqueles que se opõem a ela. A investigação segue para trazer clareza e justiça para o caso. Para mais notícias e análises sobre crimes e o cotidiano nas cidades brasileiras, continue acompanhando nossa editoria de Cidades em Hora de Começar.
Crédito da imagem: Redes sociais
