A dívida do Brasil deve apresentar uma melhora ligeira em suas projeções, segundo as estimativas mais recentes do Fundo Monetário Internacional (FMI), em comparação com o cenário traçado em abril. Os novos dados foram divulgados no documento Monitor Fiscal na quarta-feira, 15 de outubro. Apesar da revisão otimista para os próximos anos, o Fundo mantém sua previsão de déficit primário para 2025.
De acordo com o relatório, a dívida brasileira é esperada para atingir 91,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025. Essa projeção representa um decréscimo em relação à estimativa anterior de abril, que apontava para 92%. A melhora se estende até o ano de 2030, período em que o débito deverá alcançar 98,1% do PIB, uma redução em comparação com os 99,4% anteriormente previstos para o início do ano. No entanto, o cenário ainda indica um aumento consecutivo do endividamento nacional até essa data.
FMI prevê melhora na dívida do Brasil e mantém déficit em 2025
O Fundo Monetário Internacional (FMI) tem ajustado suas perspectivas para a economia brasileira, evidenciando um cenário de endividamento que, embora revise levemente para baixo as expectativas passadas, ainda demanda atenção contínua. As projeções refletem tanto o acompanhamento rigoroso da instituição sobre as contas nacionais quanto o reconhecimento dos desafios fiscais persistentes no país. A revisão, detalhada no documento Monitor Fiscal, mostra nuances que precisam ser compreendidas pelos mercados e pela gestão econômica. Mais informações sobre os relatórios do FMI podem ser encontradas em seu portal oficial de publicações.
Quanto ao resultado primário do Brasil, o FMI projeta uma estabilidade, mantendo o déficit em 0,6% do PIB para 2025, uma estimativa idêntica à de abril. A recuperação das contas públicas para um superávit, estimado em 0,3% do PIB, só é aguardada para o ano de 2027. Essa expectativa alinha-se ao prognóstico elaborado no ano anterior, indicando uma trajetória consistente, porém lenta, para o equilíbrio fiscal.
No mesmo relatório, o Fundo fez uma análise de políticas de realocação do gasto público, destacando o impacto do programa Bolsa Família. A instituição detalhou que as condições do auxílio, que incluem a realização de check-ups de saúde e a frequência escolar das crianças, foram eficazes em promover equidade social e educacional. O FMI observou que “Essa política aumentou significativamente a frequência escolar entre crianças de grupos de baixa renda, ajudando a reduzir as taxas de evasão escolar e a promover a equidade.” O impacto gerou um crescimento substancial na demanda por educadores qualificados, resultando em um aumento de aproximadamente 3 pontos percentuais nos gastos com educação pública, entre 2002 e 2008, em relação ao total das despesas.
Em outra atualização divulgada na terça-feira anterior, o FMI publicou uma nova versão de seu relatório “Perspectiva Econômica Mundial”. Nele, as projeções para o PIB do Brasil foram revisadas para cima para 2025, indicando um crescimento mais robusto do que o anteriormente esperado no início do ano. O documento, que revisita estimativas de abril deste ano, sugere uma dinâmica econômica em mudança.
Para o corrente ano, o FMI elevou a expectativa de crescimento do PIB brasileiro para 2,4%. Essa nova estimativa é significativamente maior do que a previsão de abril, que apontava para um avanço de 2%, o que já representava um recuo de 0,2 ponto percentual em relação à projeção anterior. A revisão sinaliza um momento mais positivo para a economia em 2024.
Contrariamente à perspectiva de curto prazo, o cenário para 2026 projeta uma desaceleração no crescimento do PIB. O FMI revisou para baixo a expectativa de abril de 2% para 1,9%, em razão do potencial impacto de tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A indicação de tal revisão já havia sido apontada em um relatório do fundo em julho, demonstrando uma preocupação antecipada com as tensões comerciais globais.
Dados divulgados pelo Banco Central na quinta-feira, 31 de outubro, indicam que a dívida bruta do Brasil atingiu 76,6% do PIB em junho, totalizando R$ 9,4 trilhões. Houve um acréscimo de 0,5 ponto percentual em comparação com o mês anterior. Este índice abrange as dívidas do governo federal, do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), e dos governos estaduais e municipais.
A dívida bruta é um dos indicadores econômicos mais monitorados por investidores ao analisar a saúde financeira de um país. O avanço nesse índice serve como um termômetro para a percepção de risco e a atração de capital externo, sendo fundamental para a estabilidade das contas públicas e para a credibilidade econômica no cenário global.
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As recentes projeções do Fundo Monetário Internacional trazem uma perspectiva matizada para a economia brasileira, com leves melhoras no cenário de dívida, mas desafios persistentes no equilíbrio fiscal para os próximos anos. A atenção sobre a gestão das contas públicas e a implementação de políticas econômicas eficazes permanece crucial para o país. Para acompanhar mais análises e notícias sobre os rumos econômicos do Brasil e do mundo, continue explorando a editoria de Economia do Hora de Começar, clicando aqui.
Crédito da Imagem: TIERNEY CROSS -20.out-24/AFP
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