TÍTULO: Diretor comenta corte da corda no Círio de Belém
SLUG: diretor-comenta-corte-corda-cirio-belem
META DESCRIÇÃO: Diretor da Festa de Nazaré, Antônio Souza, aborda o incidente do corte da corda no Círio em Belém. Entenda as causas do tumulto e a polêmica envolvendo a fabricação local.
O corte da corda, um incidente notável durante a procissão do Círio em Belém, no Pará, foi pauta central nas declarações de Antônio Souza, diretor-coordenador da Festa de Nazaré. A ocorrência foi registrada no domingo (12), em um momento crucial do percurso, especificamente na Avenida Presidente Vargas, instantes antes de a berlinda, que carregava a venerada imagem de Nossa Senhora de Nazaré, convergir para a Avenida Nazaré. Este episódio inesperado desencadeou um considerável tumulto e instantes de angústia entre os participantes, afetando de maneira particular as crianças e os idosos presentes na grandiosa romaria.
Antônio Souza não hesitou em manifestar seu profundo pesar diante da situação, apontando-a como um evento lamentavelmente recorrente nas últimas edições da tradicional festividade. Ele pormenorizou as iniciativas da organização, que engloba a colaboração com a Guarda de Nazaré e, mais recentemente, o reforço policial da Polícia Militar, todos com o intuito de prevenir tais desordens. Contudo, o diretor fez questão de sublinhar a imensa dificuldade em exercer controle absoluto sobre um evento que ostenta proporções gigantescas, atraindo anualmente milhões de pessoas que circulam por diversas áreas da cidade. Esta dimensão, conforme ele, torna a aplicação de uma fiscalização exaustiva ou a anulação completa de ações indesejadas uma tarefa praticamente inviável.
Diretor comenta corte da corda no Círio de Belém
Adicionalmente, o diretor enfatizou que o corte da corda não representa apenas um desrespeito ao seu profundo simbolismo de fé dentro do Círio, mas acarreta prejuízos diretos para um grande número de promesseiros. Muitos destes fiéis dedicam-se à penitência de acompanhar todo o trajeto da corda, até o seu destino final na Praça Santuário. Para Souza, os indivíduos responsáveis por esses atos não podem ser classificados como promesseiros. Ele os descreve como vândalos que se inserem na multidão portando objetos cortantes com o objetivo de comercializar pedaços da corda, extrair vantagens financeiras ou, intencionalmente, perturbar o caráter sacro da celebração. Embora o Círio seja, em sua essência, muito maior do que esses incidentes isolados, ele lamentou profundamente o impacto sobre os fiéis que veem a promessa ser frustrada por tais interrupções.
Em relação ao atraso presenciado na Trasladação, evento que ocorreu no sábado (11), Antônio Souza esclareceu que a causa exata ainda não pôde ser determinada com precisão. O retardo, que alcançou aproximadamente 30 a 40 minutos, teve seu foco entre as estações 4 e 5, com a identificação de um problema específico na Estação 5, que se encontra interligada à quarta. A despeito do inconveniente, a equipe organizadora agiu prontamente para normalizar a situação e assegurar a continuidade da procissão, garantindo que o percurso seguisse seu rumo sem prejuízos significativos ao seu cronograma geral.
Questionado sobre a hipótese de aumentar a quantidade de estações de apoio para evitar futuros rompimentos da corda, Antônio Souza foi taxativo em desconsiderar a viabilidade dessa proposta. Sua análise indicou que tal iniciativa, em vez de mitigar o problema, poderia paradoxalmente alongar a seção da corda entre os pontos de sustentação, o que, por sua vez, teria o potencial de facilitar novos cortes. Ele fez alusão a uma edição pregressa em que a extensão da corda resultou em sérios problemas de emaranhamento durante o percurso da procissão. Deste modo, a diretoria não planeja modificar as dimensões da corda. A prioridade, agora, é focar no aperfeiçoamento da nova corda, buscando uma calibração ideal para prevenir contratempos ao longo do trajeto. O Governo do Pará frequentemente pauta ações de segurança e organização em eventos como o Círio de Nazaré.
A produção da corda, reconhecida como um dos símbolos mais poderosos da Festividade Nazarena, atingiu um novo patamar em 2023, marcando a primeira vez em sua história que foi fabricada no próprio estado do Pará, a partir de fibras da malva amazônica. Anteriormente a essa significativa inovação, o material utilizado era o sisal, e a confecção era realizada em Santa Catarina. Essa alteração na origem e no material demonstra um empenho em prestigiar a matéria-prima local e a força de trabalho regional.

Imagem: g1.globo.com
Acerca da permanência da fabricação da corda em território paraense, o diretor Antônio Souza reafirmou categoricamente o empenho da Diretoria da Festa de Nazaré em manter a produção local. Embora haja a intenção de conduzir uma minuciosa análise técnica, a orientação é clara: é fundamental fomentar a economia local e valorizar o ofício de famílias paraenses que se dedicam à colheita e uso das fibras características da região. O objetivo primário consiste em aprimorar o material, visando conceder-lhe maior resistência e prolongar sua vida útil, contudo, sem jamais dissociar o produto de sua identidade regional e da conexão cultural com o povo paraense que, com suas próprias mãos, tece este elemento indispensável à devoção a Nossa Senhora de Nazaré.
A 233ª edição do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, aclamada como a maior procissão católica do Brasil, congregou uma multidão estimada em 2,5 milhões de pessoas no domingo (12), nas ruas de Belém do Pará. A berlinda, que carregava a santa, iniciou sua jornada na Catedral da Sé logo após as 7h e completou os 3,6 quilômetros de percurso, chegando à Praça Santuário por volta das 12h, o que representou um avanço de trinta minutos em comparação ao tempo registrado na edição anterior. O evento foi precedido por uma solene missa, oficiada por Dom Alberto Taveira às 6h15, ocasião em que foram proferidas mensagens em inglês, culminando com o momento em que a imagem foi posicionada na berlinda, às 7h28.
A rota tradicional da berlinda serpenteou pelo centro histórico de Belém, atravessando pontos de grande representatividade, como o célebre mercado Ver-o-Peso, conhecido como a maior feira a céu aberto de toda a América Latina, a icônica Estação das Docas e a imponente Praça da República. O percurso completo foi cumprido em uma duração aproximada de seis horas, conforme estabelece a tradição da festa. A programação oficial da Festa de Nazaré segue seu calendário ao longo do mês de outubro, com o Recírio, o encerramento da festividade, agendado para o dia 27 de outubro.
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Em resumo, os desafios evidenciados pelo corte da corda do Círio de Nazaré reiteram a complexidade na gestão de grandiosos eventos religiosos, bem como a incessante busca por aprimoramentos na organização e segurança para as edições futuras. A decisão de manter a produção da corda no Pará também atua como um poderoso símbolo de valorização cultural e econômica da região, mesmo diante de entraves relacionados a materiais e logística. Para seguir de perto análises detalhadas e notícias relevantes sobre acontecimentos que movem cidades e economias locais, convidamos você a explorar nossa editoria de Cidades e manter-se atualizado sobre os principais fatos do momento.
Foto: Nicksson Melo / g1 Pará
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