A investigação sobre a suspeita de uma serial killer em Guarulhos, na Grande São Paulo, ganhou um novo capítulo com a confirmação da presença de veneno em um frasco apreendido na residência da principal acusada. De acordo com um laudo emitido pela Polícia Técnico-Científica, um frasco transparente de vidro encontrado na casa de Ana Paula Veloso Fernandes continha inseticida popularmente conhecido como “chumbinho”, corroborando as suspeitas de envenenamento nas mortes que lhe são atribuídas.
A universitária de Direito, de 35 anos, está sob custódia desde julho, apontada como responsável pelos assassinatos de quatro indivíduos. As mortes ocorreram entre janeiro e maio deste ano, abrangendo o estado de São Paulo e o Rio de Janeiro. As apurações da Polícia Civil indicam que a motivação por trás dos crimes seria a obtenção de bens e dinheiro das vítimas. A profundidade da investigação se estende à possível participação de terceiros.
Veneno na Casa da Serial Killer de Guarulhos Confirmado
A irmã gêmea da universitária, Roberta Cristina Veloso Fernandes, de 35 anos, foi detida em agosto. Michelle Paiva da Silva, de 43, filha de uma das vítimas fatais, também foi presa na última terça-feira (7). Ambas são investigadas por suposto auxílio nos homicídios atribuídos à estudante de Direito. A perícia do Instituto de Criminalística (IC) identificou no veneno apreendido a substância “terbufós”, um composto químico de uso agrícola para controle de insetos. Apesar de sua venda ser permitida no Brasil para finalidades específicas, o contato humano ou animal com a substância pode gerar intoxicação grave e até a morte. Para informações adicionais sobre a regulamentação de agrotóxicos no país, você pode consultar o site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
As autoridades civis agora buscam determinar se Ana Paula Veloso Fernandes utilizou o agrotóxico detectado na perícia em alimentos como sanduíches, bolos, feijão ou milkshakes para envenenar suas vítimas. Atualmente, a universitária figura como ré em processos judiciais pelos homicídios de Marcelo Hari Fonseca, Maria Aparecida Rodrigues, Neil Corrêa da Silva e Hayder Mhazres. Em todos os casos, os óbitos foram associados a edemas pulmonares e outros indicativos internos compatíveis com envenenamento, conforme relatórios das autoridades. Como parte do aprofundamento das análises, três dos quatro corpos foram exumados para a realização de exames periciais complementares.
Desenrolar das Investigações
O 1º Distrito Policial (DP) de Guarulhos aguarda a conclusão de exames adicionais para estabelecer com certeza se o veneno encontrado na casa da suspeita foi efetivamente empregado nos quatro assassinatos, ou se outras substâncias também foram utilizadas. O delegado Halisson Ideiao Leite, responsável pela apuração do caso, afirmou que a investigação aponta Ana Paula como a autora dos envenenamentos de quatro pessoas, aguardando os resultados periciais para confirmar as substâncias envolvidas.
Detalhes sobre as vítimas e as circunstâncias de suas mortes, conforme apurado pela investigação, incluem:

Imagem: g1.globo.com
- Marcelo Hari Fonseca: Proprietário de um imóvel em Guarulhos, onde Ana Paula era inquilina. Faleceu em sua residência em 31 de janeiro, após consumir um sanduíche que, suspeita-se, estava envenenado. Após o falecimento, a acusada teria reivindicado o direito de permanecer na moradia, alegando falsamente um envolvimento amoroso com a vítima.
- Maria Aparecida Rodrigues: Uma amiga virtual que Ana Paula conheceu através de um aplicativo de relacionamento. Depois de visitar a residência da estudante em Guarulhos e ingerir um bolo supostamente adulterado com veneno, Maria Aparecida retornou para casa, sentiu-se mal e morreu em 11 de abril.
- Neil Corrêa da Silva: Pai de Michelle Paiva da Silva, amiga e ex-colega de faculdade de Ana Paula. Segundo a polícia, Michelle teria pago R$ 4 mil para a acusada ir a Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, onde o homem de 65 anos residia. Lá, a universitária teria colocado veneno no feijão do idoso. Ele passou mal e veio a óbito em 26 de abril.
- Hayder Mhazres: Um jovem tunisiano de 21 anos, morador da capital paulista, que conheceu Ana Paula por meio de um aplicativo de encontros. Após se relacionar com ela e manifestar a intenção de encerrar o namoro, a estudante teria decidido matá-lo. Hayder consumiu um milkshake envenenado enquanto estava com a serial killer, passando mal e sendo internado em um hospital onde faleceu. Parentes da vítima relataram que Ana Paula teria, em seguida, mentido sobre uma suposta gravidez e procurado a família para pedir dinheiro, informação que foi desmentida pela investigação.
Status Jurídico
Em todos os casos citados, Ana Paula Veloso Fernandes estava na companhia das vítimas ou procurou as autoridades policiais para relatar os óbitos, um padrão que despertou a desconfiança dos investigadores. Até o momento, a Justiça ainda não estabeleceu uma data para a audiência que decidirá se a universitária será julgada por júri popular pelos assassinatos. O Ministério Público (MP) prevê denunciar Roberta, a irmã gêmea, como coautora das quatro mortes, enquanto Michelle deverá ser acusada por participação no homicídio de seu pai.
As três mulheres permanecem sob investigação da Polícia Civil, que ainda verifica a existência de outras possíveis vítimas. Ana Paula está em prisão preventiva em uma unidade prisional na capital paulista, ao passo que Roberta e Michelle estão detidas temporariamente em presídios de Guarulhos. As defesas das três não foram localizadas para se manifestarem sobre os desdobramentos do caso.
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Este caso complexo continua a ser desvendado pelas autoridades, revelando a rede de crimes imputada à suspeita em Guarulhos e as conexões entre os envolvidos. Para se manter atualizado sobre esta e outras investigações criminais na Grande São Paulo e em todo o Brasil, continue acompanhando a nossa editoria de Cidades.
Foto: Reprodução
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