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Trump Tenta Livrar Netanyahu da Prisão Por Corrupção

O ex-presidente norte-americano, Donald Trump, reiterou seus esforços para influenciar processos judiciais de aliados políticos internacionais ao pedir ao presidente de Israel, Isaac Herzog, que conceda um perdão ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Netanyahu enfrenta a possibilidade de prisão por acusações de corrupção e fraude, assim que deixar o cargo. Este cenário se desenha após uma […]

O ex-presidente norte-americano, Donald Trump, reiterou seus esforços para influenciar processos judiciais de aliados políticos internacionais ao pedir ao presidente de Israel, Isaac Herzog, que conceda um perdão ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Netanyahu enfrenta a possibilidade de prisão por acusações de corrupção e fraude, assim que deixar o cargo. Este cenário se desenha após uma tentativa anterior de Trump de intervir no caso do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que acabou condenado por tentativa de golpe de Estado.

As acusações contra Netanyahu giram em torno de recebimento de presentes de luxo, incluindo charutos e champanhe, que supostamente totalizam 210 mil dólares em um dos três processos de que é alvo. Tais benefícios, segundo a investigação, teriam sido aceitos em troca de favores usando a máquina pública. Em caso de condenação, o primeiro-ministro israelense pode ser sentenciado a até dez anos de reclusão.

Trump Tenta Livrar Netanyahu da Prisão Por Corrupção

A solicitação de perdão presidencial foi feita por Trump durante um discurso no Knesset, o parlamento israelense, onde ele interpelou o presidente Herzog: “Tenho uma ideia. Senhor Presidente, por que o senhor não o perdoa? Quem se importa com charutos e um pouco de champanhe?”. Meses antes, em junho, o republicano já havia defendido Netanyahu em sua rede social, classificando as acusações como uma “caça às bruxas” – a mesma expressão que usou para descrever a situação jurídica de Jair Bolsonaro.

Assim como o presidente brasileiro, o presidente de Israel possui prerrogativa para conceder perdões sob certas condições. Contudo, no Brasil, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou que qualquer perdão ou anistia concedida a indivíduos envolvidos em tentativas de golpe de Estado seria inconstitucional.

A intervenção de Trump no caso de Netanyahu reflete táticas semelhantes observadas na América Latina. Anteriormente, o ex-presidente dos EUA pressionou o Brasil para que Jair Bolsonaro recebesse perdão, chegando a ameaçar com tarifas sobre produtos brasileiros e sanções a autoridades públicas. Essa pressão não obteve êxito, e Bolsonaro foi, posteriormente, condenado a 27 anos e três meses de prisão.

A situação política de Netanyahu é complexa e interligada à continuidade do conflito na região. Observadores apontam que o primeiro-ministro percebe a guerra como um fator essencial para manter sua permanência no poder, afastando-se das acusações criminais. Há a avaliação de que o fim das hostilidades poderia levar ao colapso de sua coalizão, formada por partidos de direita e ultraconservadores, focados em pautas como a limpeza étnica em Gaza. O receio é que, sem o “inimigo externo” em destaque, as atenções se voltem para suas falhas internas, sua capacidade de liderança e a percepção de que ele pode, na verdade, representar uma ameaça à integridade de Israel.

Enquanto o gabinete de Netanyahu tem insistido em uma “vitória total” contra o Hamas, as consequências humanas na Faixa de Gaza são catastróficas. Relatórios indicam que mais de 67 mil palestinos foram mortos, cidades inteiras foram transformadas em escombros, hospitais e escolas bombardeados, e famílias inteiras exterminadas. O cenário é descrito por parte da comunidade internacional como uma “tentativa de genocídio”.

A opinião pública israelense, inicialmente unificada após o ataque terrorista do Hamas há dois anos – que resultou na morte de quase 1,2 mil pessoas e no sequestro de reféns –, tem manifestado crescente insatisfação. Nos últimos dois anos, a população tem protestado contra Netanyahu, exigindo o retorno dos reféns. Recentemente, 20 deles foram libertados com vida e 28, mortos. Parte dos cidadãos culpa o primeiro-ministro por protelar um acordo, o que teria custado vidas. Há um questionamento sobre a competência de Netanyahu em prevenir a maior tragédia recente do país e por, supostamente, ter aprofundado a crise, com um gabinete formado por extremistas e oportunistas, e seu partido, corroído por denúncias de corrupção.

Os esforços de Trump para blindar aliados políticos não se limitam a pedidos diretos de perdão. O ex-presidente também agiu para tentar minar instituições que buscam responsabilizar Netanyahu. A procuradoria do Tribunal Penal Internacional (TPI), por exemplo, pediu a prisão do primeiro-ministro israelense, do ex-ministro da Defesa Yoav Gallant (que referiu-se a palestinos como “animais”) e de um líder do Hamas. Em resposta, Trump puniu juízes e procuradores do Tribunal Penal Internacional com sanções nos moldes da Lei Magnitsky. Essa mesma lei foi aplicada contra o ministro do STF Alexandre de Moraes e sua esposa em decorrência do caso que levou à condenação de Jair Bolsonaro no Brasil, configurando um padrão de interferência.

A sequência de ações de Donald Trump, portanto, aponta para uma estratégia recorrente de intervenção em processos judiciais de seus aliados, buscando protegê-los de acusações de corrupção e outros crimes. Essa postura tem sido observada tanto no cenário brasileiro, com a defesa de Bolsonaro, quanto no israelense, na tentativa de livrar Benjamin Netanyahu de acusações graves.

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Este cenário de interferência externa em questões jurídicas de soberania nacional convida à reflexão sobre os impactos na política e nas relações internacionais. Continue acompanhando a cobertura detalhada das novidades sobre política internacional e análises aprofundadas em nossa seção de Política.

Crédito da imagem: SAUL LOEB / POOL / AFP

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