Incêndio Ônibus Desgovernado em Porto Alegre choca alunos

Um terrível incêndio ônibus desgovernado em Porto Alegre surpreendeu estudantes e adultos que viajavam em excursão no dia 3 de outubro de 2025. O veículo de turismo, que transportava 55 adolescentes e duas acompanhantes, incluindo a coordenadora pedagógica Italvina Bernardete Mesacasa, se chocou contra um prédio após descer descontrolado uma rua na área central da capital gaúcha. A princípio, os passageiros não compreenderam a gravidade da situação, tampouco a ausência do motorista, levando a uma reação inicial de surpresa e, por parte dos jovens, até comemoração.

A excursão tinha saído de Vacaria, localizada na Região da Serra do Rio Grande do Sul, e tinha como destino o Palácio Piratini. “Houve um barulho e o ônibus parou, a gente não entendeu no primeiro momento. Eles estavam gostando do passeio”, relatou a coordenadora pedagógica Italvina. Em meio à confusão e à rapidez dos acontecimentos, ela destacou que os passageiros ignoravam que o condutor não estava no volante, acreditando que o problema havia sido solucionado e que a viagem seria retomada normalmente. Essa desinformação transformou o susto em um momento de incerteza e posterior pânico generalizado.

Incêndio Ônibus Desgovernado em Porto Alegre choca alunos

O episódio de desgoverno teve início após o motorista, ao parar o ônibus na Rua Espírito Santo por supostamente ter atingido fios de luz, acionar o freio de mão e sair para verificar os danos. Um vídeo de câmera de monitoramento registrou o exato instante em que o veículo começou a se mover ladeira abaixo, sem qualquer pessoa a bordo para controlá-lo. Conforme detalhou o tenente-coronel Hermes Völker, da Brigada Militar (BM), “O ônibus enrosta nos cabos de energia da rua, o motorista percebe, ele aciona o freio de mão, pelo que ele nos relata, desce do ônibus e, nesse momento, o ônibus começa a andar”.

O Acidente e as Primeiras Consequências

O veículo desgovernado atingiu ao menos dez automóveis estacionados antes de colidir violentamente com a fachada de um prédio. Foi nesse ponto que as primeiras chamas começaram a surgir, culminando em um incêndio que se espalhou, alcançando inclusive apartamentos do edifício residencial. Passageiros dentro do ônibus filmaram o momento de caos e o surgimento do fogo. Nas imagens, é possível observar o rápido esvaziamento do veículo, com alguns ocupantes tendo que pular sobre carros adjacentes devido ao espaço reduzido para fuga.

Apesar da intensidade do ocorrido, o Corpo de Bombeiros confirmou que ninguém sofreu ferimentos graves. Contudo, a Secretaria de Saúde de Porto Alegre informou que 12 pessoas necessitaram de atendimento médico, evidenciando o impacto físico e psicológico do acidente. Em resposta, a empresa responsável pelo transporte, Vitor Mattes F. Viagens e Turismo LTDA, emitiu uma nota garantindo que “todas as medidas cabíveis foram adotadas para garantir segurança, apoio e acolhimento aos passageiros”.

Reações, Resgate e Retorno dos Estudantes

Os estudantes, que inicialmente comemoraram o “andar” do ônibus, rapidamente se viram em uma situação de perigo iminente. O impacto psicológico foi notável. Após os primeiros socorros e a liberação das autoridades, os adolescentes retornaram a Vacaria na madrugada do sábado, 4 de outubro. Moradores do prédio afetado pelo incêndio foram impossibilitados de passar a noite em suas residências, mas puderam retornar após uma vistoria técnica realizada na manhã seguinte.

O incidente revelou também atos de heroísmo entre os jovens. Dois estudantes da excursão, Túlio Pelin Gonçalves, de 17 anos, e Ariel da Silva Carvalho, de 18, utilizaram suas habilidades de bombeiro mirim para auxiliar na evacuação e no combate inicial ao fogo. Eles manusearam extintores e guiaram os colegas para fora do ônibus em meio à fumaça e às chamas. “Com certeza, botar o joelho no chão e agradecer”, disse Túlio, emocionado com a experiência e o fato de todos terem conseguido se salvar. Ariel complementou que eles tiveram que “subir em cima de um carro e quem não conseguia passar eu consegui levantar”, em virtude dos obstáculos no caminho de fuga.

Investigação e Medidas Tomadas

A Polícia Civil de Porto Alegre abriu um inquérito para apurar as causas do acidente. Em seu depoimento, o motorista alegou que os freios do veículo falharam no momento da descida, mesmo após ele ter acionado o freio estacionário. “Segundo o motorista, ele puxou o freio estacionário, assim que alguém informou para ele que o ônibus havia batido em fios. Ele desceu do ônibus, puxou o freio estacionário, segundo ele conta, para ver onde ele teria batido no fio. Foi neste momento que ele olhou para o lado e o ônibus estava descendo”, afirmou o delegado Paulo Jardim, que aguarda os resultados das perícias técnicas para a conclusão do caso.

Imagem: g1.globo.com

Primeiras análises periciais apontam para uma forte inclinação da Rua Espírito Santo, especialmente a partir do cruzamento com a Avenida Duque de Caxias, o que pode ter sido um fator contribuinte para que o **ônibus desgovernado** ganhasse velocidade rapidamente. Legalmente, o responsável por causar o dano tem a obrigação de indenizar as vítimas. O advogado do proprietário do ônibus assegurou que estão sendo feitos todos os levantamentos necessários para que os atingidos sejam devidamente ressarcidos.

Diante do incidente, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) tomou medidas imediatas. Na última segunda-feira, 6 de outubro, a circulação de ônibus foi proibida na Rua Espírito Santo, no Centro Histórico de Porto Alegre. A proibição foi implementada com a instalação de placas de restrição de tráfego para coletivos, visando aumentar a segurança e evitar futuros acidentes na localidade que comprovadamente oferece riscos devido à sua topografia acidentada. Ações como essas refletem a preocupação em aprimorar a segurança no trânsito urbano, tema relevante e constantemente debatido em discussões sobre regulamentações e legislação de trânsito no Brasil.

A Vitor Mattes F. Viagens e Turismo LTDA reiterou, em nota oficial, o alívio pelo fato de não ter havido ferimentos graves e a gratidão pela integridade dos passageiros. A empresa enfatizou seu comprometimento com a segurança, manutenção rigorosa de veículos e licenças, e sua colaboração integral com as autoridades para o total esclarecimento dos fatos, oferecendo inclusive suporte psicológico e providenciando o transporte seguro de retorno aos alunos. A Mattes Viagens e Turismo se colocou à disposição de todos os envolvidos, buscando reverter os transtornos causados pelo infortúnio.

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Em suma, o incêndio do ônibus desgovernado em Porto Alegre é um lembrete vívido da imprevisibilidade de acidentes e da importância de protocolos de segurança rigorosos. As investigações seguirão para determinar as causas exatas da falha, enquanto a comunidade busca se recuperar do susto. Fique por dentro de mais notícias e análises sobre segurança e mobilidade urbana em nossa editoria de Cidades.

Crédito da imagem: Reprodução/ Câmera de segurança