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Círio de Nazaré em Belém: Maior procissão católica do mundo

Neste domingo, 12 de outubro, o **Círio de Nazaré em Belém** mobilizou uma vasta multidão, culminando com a tradicional procissão que anualmente marca o ápice da fé paraense. Peregrinos e promesseiros de diversas partes do Brasil, muitos com evidentes marcas de sacrifício como pés enfaixados e machucados, ou completando longos trechos de joelhos, preencheram as […]

Neste domingo, 12 de outubro, o **Círio de Nazaré em Belém** mobilizou uma vasta multidão, culminando com a tradicional procissão que anualmente marca o ápice da fé paraense. Peregrinos e promesseiros de diversas partes do Brasil, muitos com evidentes marcas de sacrifício como pés enfaixados e machucados, ou completando longos trechos de joelhos, preencheram as ruas da capital do Pará em um espetáculo de devoção e cultura que envolveu cerca de dois milhões de pessoas, segundo estimativas da Igreja Católica. A cidade se transformou em um palco de manifestações de fé, intercalando atos religiosos e expressões culturais genuínas que reverberam em seus quatro cantos.

Este grandioso evento é reconhecido como a maior procissão católica em escala global. Desde as primeiras horas da manhã de domingo, às 7h30, a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré iniciou seu percurso, saindo da Catedral de Belém, na histórica Cidade Velha, em direção à Basílica Santuário de Nazaré. A previsão era de que a jornada, que abrange uma distância de 3,6 quilômetros, se estendesse até o final da manhã, unindo devotos em um fluxo contínuo de oração e gratidão.

Círio de Nazaré em Belém: Maior procissão católica do mundo

Apesar da procissão principal de domingo ser o foco mais visível, ela representa apenas uma parte da complexidade e da abrangência do Círio como um todo. Diversos ritos e cerimônias já haviam acontecido em Belém e nas adjacências antes que a venerada imagem da Virgem de Nazaré fizesse seu retorno definitivo à Basílica, marcando a culminância dos eventos do fim de semana. As horas que antecederam o início da procissão foram repletas de fiéis ansiosos para assegurar um lugar junto à corda de fibra amazônica. Este elo, fundamental para a berlinda que conduz a imagem da santa, serve como um instrumento para muitos pagadores de promessas, que se agarram a ela na esperança de honrar uma graça concedida ou de obter auxílio. Embora o pelotão da corda inclua devotos em geral, a maioria é composta por promesseiros, que depositam sua fé na intercessão da santa para alcançar suas súplicas.

Em um ponto anterior da cronologia festiva, a corda desempenhou um papel central em outra manifestação importante do Círio: a Trasladação. Realizada na noite de sábado, esta procissão é o inverso da principal, com a imagem sendo conduzida da Basílica até a Catedral. Ambos os cortejos são inicialmente caracterizados por uma efervescência de barulho, cânticos religiosos e uma inconfundível euforia. No entanto, rapidamente essa atmosfera se mescla com a urgência de voluntários transportando homens e mulheres em macas. Estes fiéis, que por vezes não conseguem suportar a intensidade do sacrifício autoimposto ou as condições da multidão, necessitam de assistência médica imediata.

A visão das macas sendo carregadas pela multidão tornou-se uma cena comum no Círio, pela sua recorrente observância ano após ano. Dentro da cultura da festa, a gratidão e a expressão da fé frequentemente estão intrinsecamente ligadas à superação da dor, ao sacrifício físico e a uma profunda devoção espiritual. Em momentos que antecederam a Trasladação, por exemplo, diversos grupos de mulheres eram vistos percorrendo trechos das ruas de joelhos. Elas eram amparadas por outros devotos, que ofereciam suporte prático como água, sombra improvisada e pedaços de papelão estendidos no asfalto, visando minorar o sofrimento. Os promesseiros carregam objetos simbólicos de suas conquistas, como réplicas de casas, canudos de formatura, ou simplesmente cartazes que explicitam o motivo de seu agradecimento: pode ser a aprovação em um vestibular, a recuperação da saúde de um filho, ou a saída de um familiar da Unidade de Terapia Intensiva de um hospital, demonstrando a variedade e profundidade das promessas feitas.

No total, o ciclo do Círio de Nazaré compreende impressionantes 14 procissões distintas. A imagem de Nossa Senhora de Nazaré não apenas percorre diversos pontos da capital paraense, mas também realiza viagens para fora da cidade e, de forma particular, sobre as águas. Na manhã de sábado, a Baía do Guajará é o cenário para a romaria fluvial, um cortejo majestoso que integra a devoção ao cenário natural de Belém.

Reconhecido como Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), o Círio transcende os limites do religioso puro, envolvendo uma rica tapeçaria de shows, festividades e diversas manifestações culturais. Mesmo que muitos desses eventos não tenham um caráter essencialmente religioso, eles se entrelaçam com a celebração da fé, criando uma fusão única. Um desses eventos notáveis é o Auto do Círio, encenado na sexta-feira, dia 10 de outubro. Artistas ligados à UFPA (Universidade Federal do Pará) promovem um vibrante cortejo com paradas em palcos montados em distintos locais do centro histórico. Este desfile é acompanhado por uma vasta gama de expressões populares, incluindo grupos de umbanda, ciganos, palhaços e drag queens, realçando a diversidade e inclusão do evento. O Círio de Nazaré, com sua rica mistura de fé e cultura, foi elevado a Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO em 2013, solidificando seu valor universal. Para mais informações sobre patrimônios culturais, você pode consultar fontes como a Fundação Nacional de Artes.

Círio de Nazaré em Belém: Maior procissão católica do mundo - Imagem do artigo original

Imagem: www1.folha.uol.com.br

Além disso, o Arrastão do Arraial do Pavulagem, realizado no sábado, constitui outro ponto alto da programação. A Pavulagem é uma expressiva tradição cultural de Belém, também reconhecida como patrimônio da cidade, caracterizada por um ritmo peculiar e pelo boi-bumbá. O arraial, típico das festas juninas, anualmente atrai uma multidão entusiasmada, que se integra plenamente à celebração do Círio.

Dentro do calendário religioso, os festejos do Círio não se encerram com a chegada da imagem de Nossa Senhora de Nazaré à basílica após a procissão dominical. A agenda de romarias estende-se até o final do mês, e a Missa de Encerramento oficial está agendada para o dia 26 de outubro. A festa católica em honra a Nossa Senhora de Nazaré celebra este ano 233 anos de história ininterrupta. A tradição local conta que foi na região onde hoje se encontra a basílica que uma imagem da santa foi descoberta por volta do ano de 1700. Em decorrência do crescente aumento da devoção popular, os paraenses organizaram a primeira procissão solene em tributo à padroeira do estado em 1793, consolidando uma tradição que se perpetua até os dias atuais. A segurança e o suporte aos milhares de fiéis envolvidos na celebração são garantidos por um contingente de aproximadamente 27 mil pessoas, conforme dados da organização. Este número abrange militares das Forças Armadas, servidores de órgãos governamentais nas três esferas (federal, estadual e municipal) e uma guarda voluntária de Nazaré, composta por 3 mil homens.

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O Círio de Nazaré, portanto, vai muito além de uma simples procissão. É um evento que congrega fé, cultura e tradição, mobilizando milhões de vidas e reverberando por todo o Brasil. Para acompanhar mais notícias sobre eventos grandiosos e a cultura do nosso país, continue explorando nossa editoria de Cidades em Hora de Começar.

Crédito da imagem: Vinicius Sassine/Folhapress

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