O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, comunicou neste domingo (12) a intenção do exército israelense de destruir a totalidade dos túneis do movimento islâmico Hamas localizados no território palestino. Essa operação se concretizará após a garantia da libertação de todos os reféns ainda detidos em cativeiro na Faixa de Gaza, enfatizando a prioridade na segurança dos cidadãos israelenses.
A declaração de Katz foi emitida no terceiro dia do cessar-fogo vigente entre Israel e o Hamas. Em seu comunicado, o ministro ressaltou que essas ações seriam executadas em estrita observância do “mecanismo internacional”, sob a supervisão direta dos Estados Unidos. Tal medida sublinha o engajamento de Israel com normas e parcerias internacionais para as futuras operações na região.
Israel Destruirá Túneis do Hamas Após Reféns, Anuncia Katz
“O principal desafio de Israel, superada a etapa de retorno dos reféns, será a eliminação de todos os túneis terroristas pertencentes ao Hamas em Gaza”, afirmou Katz. Ele ainda acrescentou ter “ordenado ao Exército que se organize e prepare para esta missão”. A vasta rede subterrânea é sabidamente utilizada pelo braço armado do Hamas, com Israel afirmando ter desativado uma parte significativa desses túneis ao longo de mais de dois anos de confronto na área.
O acordo de cessar-fogo, oficializado na quinta-feira (9), prevê que o Hamas libere os 48 reféns que permanecem em Gaza, sejam eles vivos ou mortos. Em contrapartida, Israel comprometeu-se a libertar 250 “detentos de segurança máxima”, um grupo que inclui indivíduos condenados por ataques letais contra israelenses, além de 1.700 palestinos aprisionados pelo Exército israelense em Gaza a partir de outubro de 2023. O Hamas, em comunicado no sábado (11), confirmou que a libertação dos reféns ocorrerá na segunda-feira (13), marcando um passo crítico na implementação do acordo.
Origens e Desafios da Rede de Túneis Subterrâneos
A construção dessa rede de túneis tem uma história que se estende por várias décadas. Entre as descobertas mais notáveis, destacam-se os túneis localizados na fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel, identificados em 2013, como o de Ein Hashlosha, e, posteriormente, em 2014, durante a “Operação Margem Protetora”. Essa ofensiva militar tinha como um de seus objetivos primordiais o enfraquecimento das capacidades do Hamas, o que incluía sua infraestrutura subterrânea.
Adicionalmente, existem túneis que conectam Gaza ao Egito, os quais têm sido amplamente utilizados para o contrabando de armas e outros materiais. O Egito tem empreendido esforços consideráveis para neutralizar essas passagens, com resultados mistos. Especialistas apontam que é provável que esta extensa rede subterrânea tenha sido instrumentalizada pelo Hamas para importar armamentos essenciais ao ataque de 7 de outubro de 2023. Essa avaliação foi feita por Daphné Richemond-Barack, renomada professora do Instituto Internacional de Contra-terrorismo da Universidade de Reichman, em Tel Aviv, durante uma entrevista à RFI. Richemond-Barack observou que “O Hamas se beneficiou de todo este know-how obtido na Síria, no Iraque e pode haver influência do Irã”, salientando a sofisticação tática e o suporte externo percebido no planejamento do grupo, evidenciando a complexidade das interações regionais, um tópico que é frequentemente abordado por fontes como a Reuters em suas análises sobre a região.
O ministro da Defesa de Israel também detalhou que a desativação desses túneis será integrada ao processo mais amplo de “desmilitarização” do Hamas. Esta etapa está delineada no plano desenvolvido pelo então presidente americano Donald Trump, cuja segunda fase ainda carece de negociações entre as partes envolvidas. A perspectiva de desarmamento, no entanto, é um ponto de atrito significativo.

Imagem: noticias.uol.com.br
Em reação a estas discussões, um influente dirigente do Hamas alertou no sábado que as tratativas sobre tal pondo seriam “difíceis”. Hossam Badran, membro do gabinete político do grupo, declarou categoricamente que o desarmamento do movimento islâmico é “fora de questão”. Essa postura reflete a determinação do Hamas em manter suas capacidades defensivas e ofensivas, consideradas cruciais para sua estratégia política e militar.
Embora o Hamas já tenha debatido, em diversas oportunidades, um desmantelamento progressivo de seu arsenal até 2025 – o que incluiria a cessação da produção de foguetes e a destruição de túneis que se estendem até Israel – tal condição sempre foi atrelada à concretização de um plano político abrangente. Este plano visa à resolução definitiva do conflito israelense-palestino, uma meta ainda distante.
Considerado uma organização terrorista por Estados Unidos, Israel e União Europeia, o Hamas consistentemente reafirma que, na ausência de uma força armada palestina reconhecida, mantém seu “direito de resistir à ocupação israelense”. Essa reivindicação sublinha a persistente complexidade do cenário e a dificuldade em alcançar um consenso duradouro.
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A promessa de Israel de erradicar os túneis do Hamas marca um novo capítulo na estratégia de segurança do país após o resgate de reféns, destacando a complexa teia de interesses e negociações em curso no Oriente Médio. Continue acompanhando a cobertura detalhada sobre política internacional e segurança em nossa editoria para se manter informado sobre os próximos desenvolvimentos.
Crédito da imagem: Attila Kisbenedek / AFP
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