A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou a produção de doses injetáveis de etanol farmacêutico, uma substância vital empregada como antídoto eficaz em situações de intoxicação por metanol. O primeiro montante deste medicamento será confeccionado pelo laboratório Cristália, com a totalidade de sua produção destinada por doação ao Ministério da Saúde, marcando um passo significativo na proteção da saúde pública nacional.
Esta medida representa um importante reforço estratégico do órgão regulador frente ao crescente número de ocorrências de intoxicação por metanol em território nacional. Anteriormente, em 3 de novembro, a Anvisa já havia instituído um conjunto de normas detalhadas para a emissão de autorizações de caráter emergencial, visando a fabricação do álcool etílico injetável no país, evidenciando uma proatividade para enfrentar a crise de saúde.
Anvisa Libera Etanol Farmacêutico Contra Metanol no Brasil
Entre as regulamentações estipuladas para a fabricação, as empresas produtoras devem estar estabelecidas no Brasil e cumprir rigorosamente todas as exigências sanitárias em vigor. Adicionalmente, os produtos farmacêuticos desenvolvidos precisam aderir a critérios técnicos de alta qualidade, assegurando sua segurança e eficácia para consumo humano. É estabelecido ainda um prazo de validade máximo de 120 dias para os medicamentos, garantindo sua condição terapêutica.
Anvisa e Mobilização Nacional para Proteção da Saúde
Por meio de uma declaração oficial, Leandro Safatle, diretor-presidente da Anvisa, salientou a colaboração e a rápida articulação entre a agência, o Ministério da Saúde e as entidades do setor produtivo. “Em momentos de decisão crítica e emergências nacionais, a indústria sempre demonstrou prontidão para agir da maneira mais eficaz. Neste contexto, é gratificante testemunhar, mais uma vez, a celeridade das ações do Ministério da Saúde e da Anvisa em seu compromisso com a proteção da população brasileira”, afirmou o diretor.
Cenário de Intoxicação por Metanol no Brasil
De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde, o Brasil registrou 29 casos confirmados de intoxicação por metanol até o momento da divulgação. Destes, 25 concentrações foram observadas no estado de São Paulo, enquanto três ocorreram no Paraná e um no Rio Grande do Sul. Infelizmente, a doença já resultou em cinco mortes confirmadas, e outros seis óbitos ainda se encontram sob cuidadosa investigação, reforçando a urgência das medidas adotadas.
Antídotos e o Abastecimento Nacional
A pasta da Saúde informou que o Sistema Único de Saúde (SUS) já possui estoque do etanol farmacêutico, o qual tem sido rotineiramente empregado nos esquemas de tratamento. Essa substância atua inibindo o processo bioquímico pelo qual o metanol é convertido em ácido fórmico, mas apresenta a embriaguez como um dos efeitos colaterais. O fomepizol, outro medicamento similar, oferece o mesmo bloqueio metabólico com a vantagem de apresentar um risco reduzido de reações adversas.
Fomepizol: Um Reforço Estratégico Contra a Intoxicação
No dia 9 de novembro, o Brasil recebeu um importante carregamento composto por 2.500 ampolas de fomepizol, um segundo tipo de antídoto vital para o manejo das intoxicações por metanol. Este medicamento, que não se encontrava disponível no mercado nacional, foi estrategicamente adquirido pelo Ministério da Saúde em resposta à escalada de casos e fatalidades. Estava previsto que aproximadamente 1.500 dessas ampolas seriam distribuídas de forma imediata. O estado de São Paulo, epicentro do maior número de ocorrências, recebeu 288 unidades do fármaco para atender à demanda.
Os medicamentos foram comprados da farmacêutica japonesa Daiichi-Sankyo, conforme informado pela pasta. O transporte da carga, que partiu dos Estados Unidos, culminou com sua entrega no Centro de Distribuição do Ministério da Saúde, localizado em Guarulhos, na Grande São Paulo. A operação de compra foi gerenciada pelo governo federal utilizando recursos do Fundo Estratégico da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde). O custo total da aquisição não foi publicamente divulgado.

Imagem: www1.folha.uol.com.br
Combate à Fabricação Clandestina de Bebidas Adulteradas
Em 10 de novembro, a polícia realizou uma operação que culminou com a desativação de uma fábrica clandestina situada em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. O local era responsável pela produção e distribuição de bebidas alcoólicas adulteradas com a adição de metanol, representando um grave risco à saúde pública.
O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, revelou detalhes sobre o esquema criminoso. Ele informou que o grupo adquiria a substância diretamente em postos de combustível, onde o metanol era vendido irregularmente como etanol adulterado. Em seguida, essa substância perigosa era utilizada para falsificar destilados de alto consumo, como vodca e uísque, para enganar consumidores desavisados.
Recomendações Essenciais para a População
Os órgãos de saúde nacionais emitiram uma recomendação veemente para que a população evite estritamente o consumo de quaisquer bebidas destiladas cuja procedência seja desconhecida ou duvidosa. Qualquer paciente que apresente um quadro clínico atípico após a ingestão de álcool deve procurar imediatamente atendimento médico, realizar exames laboratoriais detalhados e buscar uma avaliação oftalmológica para verificar possíveis danos visuais, frequentemente associados a esta intoxicação.
Os sintomas clássicos de intoxicação por metanol incluem dores abdominais intensas, episódios de tontura e um estado de confusão mental. O rápido socorro médico, preferencialmente dentro de um período de até seis horas após o surgimento dos primeiros sintomas, é crucial e fundamental para prevenir o agravamento do quadro e garantir melhores chances de recuperação e minimizar sequelas irreversíveis.
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As recentes ações da Anvisa e do Ministério da Saúde, em parceria com o setor produtivo e as forças de segurança, evidenciam um esforço coordenado para proteger a população brasileira dos graves riscos da intoxicação por metanol. A liberação do etanol farmacêutico e a aquisição do fomepizol são pilares dessa estratégia. Mantenha-se informado sobre os avanços e alertas na saúde pública e regulamentação para aprofundar seu conhecimento sobre o tema e outros assuntos de relevância nacional. Sua participação e leitura são essenciais para uma sociedade mais informada.
Crédito da imagem: Rafaela Araújo – 2.out.25/Folhapress
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