Cultura em Campina Grande: Tradição Viva aos 161 Anos

A cultura em Campina Grande se destaca como um tesouro de versos, melodias e narrativas que perduram por múltiplas gerações. Neste sábado, 11 de maio, ao celebrar seus 161 anos de história, a cidade paraibana se consolida como um epicentro de criação e salvaguarda do patrimônio cultural nordestino, impulsionada por seus poetas, músicos e escritores que encontram na localidade um solo fértil para a expressão artística.

Na “Rainha da Borborema”, a literatura e a música entrelaçam-se de forma intrínseca na construção de uma identidade cultural única. Desde a disseminação dos tradicionais folhetos de cordel até a projeção de suas vibrantes bandas e orquestras, Campina Grande é guardiã de memórias e berço de novos talentos que enaltecem seu nome globalmente. Ao longo de décadas, o município demonstra uma notável capacidade de preservar as tradições que o estabeleceram como um dos principais polos culturais do Nordeste brasileiro.

Cultura em Campina Grande: Tradição Viva aos 161 Anos

A força cultural da cidade é visível em diversos campos, mas a literatura, em particular, possui raízes profundas. A inspiração que Campina Grande proporciona a versos e histórias é incontestável. Livros, cordéis e periódicos diversos são ferramentas essenciais para desvendar sua trajetória e manter vívidos os elementos mais marcantes da cultura local. Os antigos palcos das feiras e encontros populares serviram como pontos de convergência para autores que transformavam o cotidiano em prosa e poesia.

Conforme explica a pesquisadora Joseilda Sousa, Campina Grande funcionou como um grande repositório de interações humanas e sentimentos para o cordel. “Se a Paraíba é o berço do cordel, imagine Campina Grande. O cordel do passado, o seu palco de atuação era a feira, e a cidade era esse grande repositório vivo, de trocas e afetos”, comenta a pesquisadora. Com o passar dos anos, a produção literária local adaptou-se e ganhou novas expressões. O escritor Bruno Gaudêncio pontua que a literatura, por muito tempo, manteve uma ligação estreita com o jornalismo. “A partir da segunda metade do século XX é que vai haver uma diversificação muito grande da produção literária na cidade. E esses autores vão começar a dialogar com a produção literária não só brasileira, mas internacional”, esclarece Gaudêncio, ilustrando a expansão dos horizontes criativos campinenses.

Patrimônio Literário Preservado em Campina Grande

Uma fatia significativa dessa memória literária está abrigada na Academia de Letras de Campina Grande, uma instituição estabelecida em 1981. Segundo seu presidente, Thélio Farias, a Academia se mantém como o ponto focal na preservação do legado literário da Borborema. “A Academia foi fundada por grandes intelectuais da época e, desde então, é o centro de referência da preservação da literatura feita por campinenses e pessoas da região. Todos os nomes relevantes têm ligação com a Academia de Letras de Campina Grande”, enfatiza Farias.

No entanto, é na Biblioteca Átila Almeida, situada no Campus I da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), que reside um dos pilares mais impressionantes da proeminência literária da cidade. Este local abriga um vasto acervo de mais de 18 mil folhetos de cordel, conferindo-lhe a reputação de um dos maiores e mais valiosos do planeta. Joseilda Sousa reitera o reconhecimento internacional desse acervo, afirmando: “Ela já é, em si, uma das coleções mais invejáveis do mundo. Temos mais de 18 mil folhetos e somos o maior acervo mundial. Aqui chegam pesquisadores do mundo inteiro buscando essa genealogia. Hoje, é uma rota para os estudos”. Este ponto sublinha a relevância de Campina Grande para a preservação do folclore e da história narrativa do Brasil, especialmente no que tange à rica literatura de cordel.

Para mais informações sobre o papel do cordel no país, você pode consultar o site oficial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Imagem: g1.globo.com

Música que Ressoa na Borborema e Além

Além da profusão literária, a música constitui uma parte inalienável da identidade campinense. Campina Grande celebra seus 161 anos com uma história marcada por sons e uma memória viva que ecoa do forró autêntico à sofisticação da música clássica. A cidade se tornou um vibrante palco para uma diversidade de artistas, fomentando projetos e formações que tanto solidificam a cultura regional quanto impulsionam novos talentos para muito além dos limites da Borborema.

O professor Vladmir Silva aponta a longevidade dessa conexão musical. “A música sempre esteve presente em Campina Grande desde o início da sua história, por meio das bandas, de nomes como Capiba e da criação dos cursos de artes, na década de 1970. Essa relação da música de concerto remonta há bastante tempo”, esclarece Silva. A cidade, reconhecida por sua rica tradição musical, também se destaca como um centro de formação que capacita músicos a compartilharem seus conhecimentos globalmente. “Já formamos inúmeros alunos que estão no mercado de trabalho, muitos mestres e doutores que também saíram daqui e têm voltado para compartilhar experiências conosco. Existe música também no interior da Paraíba, e temos levado essa socialização do acesso a diferentes lugares”, complementa o professor, evidenciando o papel transformador e disseminador da educação musical em Campina Grande.

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Em suma, Campina Grande, ao completar 161 anos, reafirma seu papel vital como um celeiro cultural do Nordeste brasileiro, onde a tradição se funde com a inovação em literatura e música. Para continuar explorando a história, o desenvolvimento e as características únicas de outras localidades brasileiras, convidamos você a acessar e descobrir mais em nossa seção de Cidades.

Crédito da imagem: Diogo Almeida/G1.