Um chocante caso de feminicídio em Praia Grande, litoral paulista, resultou na morte de Letícia da Silva Costa, vítima de mais de 30 golpes de faca desferidos pelo ex-companheiro, Lucas Santos Oliveira. O crime brutal foi cometido na frente do filho do casal, de apenas dois anos de idade, confirmou a delegada responsável pela investigação. Lucas Santos Oliveira foi detido em flagrante e permanece sob custódia preventiva, aguardando os desdobramentos judiciais. As informações sobre o incidente geraram grande repercussão e reforçam o debate sobre a violência contra a mulher.
De acordo com os detalhes fornecidos pela delegada Lyvia Cristina Bonella, titular da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Praia Grande, a criança estava na residência durante toda a sequência de eventos, porém, felizmente, não foi alvo das agressões diretas. O ocorrido mobilizou forças de segurança e assistenciais, evidenciando a gravidade do cenário de violência doméstica que antecedeu o homicídio.
Feminicídio: Mãe morta com 31 facadas diante do filho
O episódio de violência ocorreu na Rua Alfred Niederbichler, situada no bairro Anhanguera, em Praia Grande, na noite da última quarta-feira (8), por volta das 21h50. Guardas Civis Municipais (GCM) estavam em patrulhamento de rotina na região quando foram abordados por um morador, que alertou sobre **gritos de socorro** vindos de um condomínio vizinho. A denúncia levou os agentes a se dirigirem rapidamente ao local indicado, onde se depararam com uma cena desoladora que culminou na prisão do suspeito.
Ao chegarem ao imóvel, os guardas encontraram Letícia da Silva Costa ainda agonizando, resultado dos múltiplos golpes sofridos. No mesmo ambiente, estavam presentes o suspeito, Lucas Santos Oliveira, e a mãe dele, que declarou ter presenciado a barbárie. A genitora de Lucas afirmou aos agentes que conseguiu desarmar o próprio filho após as agressões, uma ação que consta detalhada no boletim de ocorrência que embasou as investigações iniciais. Esses registros, obtidos e divulgados, revelam o passo a passo da descoberta do crime e das primeiras diligências policiais.
A prisão de Lucas ocorreu em flagrante, dentro da própria residência onde o ato hediondo foi consumado. Antes de perpetrar o ataque fatal contra Letícia, Lucas havia enviado mensagens à sua própria mãe, expressando arrependimento e pedidos de desculpas, indicando um possível estado de desespero ou premeditação antes de sua violenta atitude. Essa comunicação prévia lança luz sobre o estado psicológico do agressor e os fatores que podem ter culminado no trágico evento. Os investigadores analisam esses conteúdos como parte crucial para entender a motivação e a dinâmica do caso.
A separação do casal havia sido recente, marcada por idas e vindas e por outros rompimentos anteriores. As autoridades policiais, no entanto, indicaram que Lucas não possuía um histórico prévio de violência física registrada contra Letícia ou terceiros. A delegada explicou, em entrevista à TV Tribuna, que embora as discussões fossem frequentes no relacionamento, nunca havia ocorrido nenhum tipo de agressão corporal documentada entre eles. A falta de aceitação por parte de Lucas em relação ao término do relacionamento é apontada como um dos principais estopins para o escalonamento da situação. Este é um padrão lamentavelmente comum em casos de feminicídio, onde o controle e a posse substituem o respeito à decisão do outro.
O caso foi formalmente registrado como feminicídio na Central de Polícia Judiciária (CPJ) e, posteriormente, encaminhado à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) da cidade de Praia Grande para aprofundamento das investigações. A classificação como feminicídio reflete a tipificação penal específica para o assassinato de mulheres motivado por sua condição de gênero, uma agravante que busca punir severamente a violência de gênero.
Detalhes adicionais do crime revelam que, momentos antes de cometer o assassinato, Lucas mandou a série de mensagens para a mãe, onde mencionava a presença de um “demônio” dentro de si. Em seguida, deixou uma comovente mensagem direcionada ao filho de dois anos, pedindo perdão e expressando seu amor incondicional, apesar do ato extremo que estava prestes a realizar. O boletim de ocorrência descreve que Lucas dirigiu-se à casa de sua ex-companheira após ela mencionar outros relacionamentos, um fato que pode ter desencadeado a sua fúria homicida.

Imagem: g1.globo.com
A mãe de Lucas, após receber as perturbadoras mensagens, deslocou-se imediatamente para a casa de Letícia e presenciou parte do crime. Assim que a Guarda Civil Municipal foi acionada, os agentes a encontraram segurando o neto no colo e pedindo socorro. Foi ela quem indicou a residência da vítima, possibilitando que os agentes encontrassem Letícia em estado grave. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi rapidamente acionado, mas os esforços foram em vão, e a morte da vítima foi constatada no local. Ao questionarem a mãe de Lucas sobre a autoria do crime, ela não hesitou em revelar que o responsável era seu filho. Os agentes, então, localizaram o agressor em um quarto na residência, e ele se rendeu sem oferecer resistência.
As mensagens de texto, que foram divulgadas pela TV Tribuna, demonstram o desespero de Lucas. Na comunicação à sua mãe, ele escreveu: “Mãe, me desculpa por decepcionar tanto a senhora. Existia um demônio em mim e eu não venci ele, eu queria muito seguir em frente, mas ela me deu tanto ódio e rancor que eu não consegui parar isso. Eu amo a senhora, amo meu filho, amo nossa família. Vocês são tudo pra mim. Literalmente tudo. Eu não sei o que vai ser daqui pra frente, eu espero poder ver vocês novamente. Me desculpa, eu tentei de todas as formas, mas dói demais, ela acabou com a minha dignidade.” Na sequência, ele enviou uma mensagem ao filho de dois anos, expressando: “Filho, o que vou fazer não é certo, e nada nesse mundo justifica isso, saiba que mesmo que você me odeie, eu te amo, e vou sempre te amar. Que um dia você me perdoe.” Tais mensagens configuram-se como elementos chave na compreensão da tragédia.
Este grave caso de violência, registrado na Praia Grande, sublinha a urgência do combate ao feminicídio e à violência doméstica, temas que persistem como um desafio significativo para a sociedade brasileira. Dados e estudos apontam que o **feminicídio** representa a forma mais extrema de violência de gênero, exigindo atenção contínua das autoridades e da população. A conscientização e a denúncia são ferramentas essenciais na proteção das vítimas. Para mais informações sobre a legislação e o impacto do feminicídio no Brasil, acesse o site oficial do Senado Federal.
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A tragédia na Praia Grande, com a morte brutal de Letícia e a presença do filho pequeno no momento do crime, reforça a necessidade de se intensificarem as ações de combate à violência contra a mulher. A investigação prossegue para que todas as circunstâncias sejam apuradas e o agressor seja responsabilizado legalmente pelo crime cometido. Fique por dentro de mais notícias e análises em nossa editoria de Cidades, onde cobrimos os principais acontecimentos urbanos.
Crédito da imagem: Reprodução e Redes Sociais
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