A importância da leitura na infância é um tema central para o desenvolvimento integral das novas gerações. Especialistas destacam que os primeiros anos de vida representam um período decisivo para a construção de hábitos duradouros, e o engajamento com o universo dos livros se revela como um dos pilares mais valiosos para o progresso infantil. A leitura, conforme a psicóloga infantil Priscilla Barreto, funciona como uma janela para o mundo da criança, apresentando-se como um recurso inestimável e um confidente leal ao longo dessa fase crucial.
Barreto sublinha que a exposição regular a histórias e textos literários confere benefícios multifacetados que transcendem a simples aquisição de conhecimento. Entre as vantagens, a psicóloga menciona a estimulação do desenvolvimento cognitivo, aprimorando capacidades como raciocínio, memória e concentração. Paralelamente, a dimensão socioemocional da criança é fortalecida, permitindo a exploração de sentimentos, o reconhecimento de emoções alheias e o desenvolvimento da empatia. Por fim, a leitura impacta positivamente a esfera comunicacional, enriquecendo o vocabulário e aperfeiçoando a expressão oral e escrita.
Importância da Leitura na Infância: Desenvolva Crianças Leitores
Para otimizar os impactos da leitura na infância, a psicóloga Priscilla Barreto enfatiza a necessidade de adaptar os materiais literários à etapa de desenvolvimento em que a criança se encontra. Livros adequados à idade e aos interesses podem potencializar o engajamento e a absorção dos conceitos apresentados, tornando a experiência mais significativa e prazerosa. Além disso, o ambiente familiar e escolar exerce um papel catalisador nesse processo. O hábito de ler é frequentemente moldado pelo exemplo de adultos, como pais, responsáveis e educadores, que convivem com a criança. A coordenadora pedagógica do Poliedro Colégio, Telma Scott, complementa essa perspectiva, afirmando que a inspiração e o desejo de leitura são nutridos quando as crianças testemunham a leitura diária de seus adultos de referência.
Essa observação é crucial para entender como fortalecer o vínculo com os livros. Telma Scott explica que a leitura frequente realizada pelos pais e professores, em voz alta e com expressividade, é o ponto de partida para despertar o interesse dos pequenos. Este contato inicial é subsequentemente reforçado à medida que as crianças interagem com uma variedade de livros e outros formatos escritos, construindo uma familiaridade e um afeto pelo universo literário. A iniciativa de criar um ambiente estimulante é, portanto, um diferencial para consolidar o hábito.
Maria Célia Assumpção, especialista do Sistema Anglo de Ensino, complementa que a importância de estimular a imaginação infantil durante a leitura é muitas vezes subestimada em abordagens pedagógicas. Ela alerta que a ênfase excessiva na memorização de letras, sons e sílabas, isoladamente, pode desmotivar as crianças no processo de aprendizagem e leitura. A especialista sugere uma abordagem mais holística e lúdica. Para ela, “essas experiências interativas e contextualizadas são essenciais para que a alfabetização seja efetiva, significativa e motivadora, construindo a aprendizagem de forma ativa e consciente, ajudando a criança a avançar no processo de alfabetização.” Essa metodologia ativa favorece a compreensão profunda e a construção autônoma do conhecimento.
Além dos aspectos cognitivos e emocionais, a leitura configura-se como um pilar robusto no desenvolvimento da capacidade comunicativa das crianças. O contato constante com textos variados fornece uma base sólida para a ampliação do vocabulário e para a compreensão e aplicação das estruturas da língua, tanto falada quanto escrita. Conforme explicita Telma Scott, a leitura “favorece a aquisição da língua e da comunicação, promove o desenvolvimento do raciocínio lógico, altera a maneira como enxergamos as diferentes situações de nossa vida, estimula a criatividade e a formação do senso crítico”. Esses benefícios cumulativos transformam a criança em um indivíduo mais preparado para interagir com o mundo, expressar suas ideias e construir uma visão própria sobre a realidade.
Estratégias para Cultivar o Hábito de Leitura em Crianças
Para que a **leitura na infância** se torne um hábito consolidado, Priscilla Barreto reitera a tese de que o comportamento leitor dos adultos que circundam a criança é o principal motor. Observar os pais, avós ou cuidadores lendo demonstra o valor intrínseco dessa atividade, incentivando a criança a imitar e a desejar essa interação com os livros. Além do exemplo, Barreto aponta para a importância de aproveitar os interesses já existentes da criança. Ao conectar livros a temas que já capturam a atenção dos pequenos – sejam dinossauros, princesas, exploração espacial ou esportes – o processo de introdução à leitura torna-se mais natural e motivador, diminuindo resistências e acendendo a curiosidade.
A escolha criteriosa dos livros é outro fator crítico, de acordo com a psicóloga, que aconselha a utilização de materiais que correspondam à faixa etária da criança. Para os mais jovens, histórias curtas e repletas de ilustrações vívidas são excelentes pontos de partida. No entanto, Telma Scott faz um adendo relevante: a qualidade tanto das narrativas quanto das ilustrações deve ser impecável. Um enredo bem construído e desenhos esteticamente agradáveis enriquecem a experiência e fortalecem o vínculo emocional com a história.

Imagem: brasilescola.uol.com.br
A coordenadora pedagógica aprofunda essa ideia ao destacar que tramas instigantes, capazes de provocar questionamentos e que apresentem personagens com os quais a criança possa desenvolver empatia, identificação ou até mesmo uma repulsa saudável, são elementos essenciais para cativar o interesse. Telma enfatiza ainda a importância de apresentar um repertório diverso de referências culturais. Essa variedade expande os horizontes da criança, enriquece suas experiências estéticas e oferece múltiplas visões de mundo, contribuindo para uma formação mais completa e plural. Tais abordagens estão em consonância com diretrizes educacionais no Brasil, como as abordadas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que salientam a relevância dessas práticas para o aprendizado integral.
Visando apoiar os adultos no processo de cultivar o hábito de leitura, Maria Célia Assumpção sugere quatro dicas práticas e eficientes:
- Ofereça contato com diferentes tipos de textos: Proporcione desde cedo o acesso a gêneros textuais variados, como narrativos, informativos, poéticos e instrucionais. Essa diversidade amplia o repertório de conhecimentos e a compreensão de distintas formas de linguagem.
- Ensine estratégias de compreensão leitora: Incentive a criança a explorar o texto antes da leitura. Mostre como observar a capa, o título, as imagens, legendas e outros marcadores visuais. Essa pré-leitura ajuda a antecipar o conteúdo e a despertar a curiosidade.
- Promova leituras compartilhadas em voz alta: A prática de ler em voz alta em conjunto fortalece a conexão entre oralidade e escrita, além de criar um espaço para perguntas e reflexões sobre o conteúdo da história, tornando a experiência mais interativa e significativa.
- Incentive a criança a relatar oralmente: Após a leitura, encoraje a criança a recontar o que compreendeu da história com suas próprias palavras. Essa atividade desenvolve a capacidade de interpretar, organizar ideias e sintetizar informações, habilidades essenciais para a fluência leitora.
Inovações e Recomendações de Obras Infantis
Apesar do fascínio duradouro do livro físico, a tecnologia também pode ser uma aliada para fomentar a **leitura na infância**. Priscilla Barreto sugere o uso de podcasts infantis ou audiolivros como ferramentas de incentivo, que podem despertar o interesse pela narrativa. Contudo, ela ressalta que essas alternativas digitais não substituem a experiência tátil e visual proporcionada pelo livro impresso, que oferece um estímulo físico e cognitivo distinto na compreensão do objeto e do processo de leitura.
Para pais e educadores que buscam introduzir os pequenos ao universo da leitura, Telma Scott elaborou uma lista de títulos recomendados, abrangendo diferentes estilos e temáticas:
- Adivinhas para brincar, de Josca Ailine Baroukh, da editora Panda Books.
- Adivinhe se puder, de Eva Furnari, da Moderna Literatura.
- Cabo de Guerra, de Ilan Brenman e Guilherme Karsten, da Moderna Literatura, obra que foi agraciada com o Prêmio Jabuti em 2024.
- A árvore generosa, de Shel Silverstein, da Companhia das Letrinhas.
- O homem que amava caixas, de Stephen Michael King, da Brinque Book.
- O voo do ovo, de Raquel Matsushita, da PeraBook.
- O colecionador de chuvas, de André Neves, da Paulinas.
Estas obras são portas de entrada para um universo de descobertas, aprendizados e imaginação, contribuindo de forma vital para a formação de crianças leitoras e pensantes.
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Em suma, o engajamento com a **leitura na infância** é um investimento primordial para o desenvolvimento cognitivo, socioemocional e comunicacional de qualquer criança. Ao adotar as estratégias sugeridas por especialistas, como o exemplo adulto, a escolha de materiais adequados e o estímulo à imaginação, pais e educadores podem cultivar um amor duradouro pelos livros e preparar os jovens para uma vida plena de aprendizado. Explore mais sobre educação e desenvolvimento infantil em nossa editoria de Análises.
Crédito: Divulgação.
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