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Mineradoras de Ouro Disparam e Superam Bitcoin e IA

As mineradoras de ouro registram um desempenho excepcional no mercado financeiro, ultrapassando a valorização de ativos como o Bitcoin e as ações das principais companhias de inteligência artificial (IA). Este crescimento robusto impulsiona o setor de mineração, frequentemente considerado um segmento de mercado “esquecido”, para os holofotes, beneficiado pela escalada do preço do metal precioso. […]

As mineradoras de ouro registram um desempenho excepcional no mercado financeiro, ultrapassando a valorização de ativos como o Bitcoin e as ações das principais companhias de inteligência artificial (IA). Este crescimento robusto impulsiona o setor de mineração, frequentemente considerado um segmento de mercado “esquecido”, para os holofotes, beneficiado pela escalada do preço do metal precioso.

O índice S&P Global Gold Mining acumula um impressionante avanço de 126% neste ano, configurando-se como o de melhor performance entre todos os setores monitorados pelo S&P. Essa reviravolta para uma indústria muitas vezes criticada por destruir valor promete gerar lucros consideráveis para empresas renomadas como Agnico Eagle, Barrick Mining e Newmont. Elas surfam na onda da elevação de 52% no preço do ouro observada desde o começo de janeiro, que impulsionou a lucratividade do setor.

Mineradoras de Ouro Disparam e Superam Gigantes de Tecnologia e Bitcoin

De acordo com Imaru Casanova, gestora da VanEck, este ano se mostra extremamente proveitoso para as ações das companhias de mineração de ouro, indicando que essas empresas possuem mais capital disponível do que conseguiriam aplicar. Contudo, essa performance superior levanta questionamentos acerca da capacidade do setor em manter uma gestão financeira prudente. O segmento ainda lida com as memórias amargas da febre do ouro que sucedeu a crise financeira global, seguida por um severo declínio. Após um período de intensa valorização, entre 2011 e 2015, as ações dessas mineradoras despencaram 79%, marcando a destruição de significativo valor. “Os investidores ainda têm isso fresco na mente. As empresas aprenderam com os erros do ciclo anterior?”, questiona Casanova, “Ou vão repeti-los?”.

A cotação do ouro atingiu a marca de US$ 4.000 por onça esta semana, impulsionada por diversos fatores macroeconômicos. Entre eles, destacam-se a paralisação do governo americano, a forte demanda de bancos centrais por reservas do metal e os crescentes temores relacionados ao aumento das dívidas soberanas. Para mais informações sobre a demanda global de ouro pelos bancos centrais, veja o relatório mais recente do World Gold Council, uma fonte global de dados e análises do mercado aurífero. As ações das empresas mineradoras, notavelmente, superam até mesmo a valorização do próprio ouro. Isso ocorre porque seus custos de produção diários tendem a ser relativamente estáveis, fazendo com que qualquer aumento no preço do metal se converta diretamente em maior lucratividade.

Empresas como Agnico Eagle registraram um salto de 113% no ano. A Barrick viu suas ações subirem 114%, enquanto a Newmont valorizou 134%. A Zijin Gold, por sua vez, dobrou de valor desde seu lançamento em 30 de setembro, que marcou a segunda maior oferta pública inicial (IPO) do ano. Para ilustrar o expressivo desempenho das mineradoras de ouro, basta compará-lo com gigantes de outros setores: a Nvidia cresceu 40%, a Oracle 72%, a Alphabet (Google) 30% e a Microsoft 25%. O Bitcoin, que também registrou forte alta, valorizou 31% no mesmo período.

Mesmo diante de tais números positivos, gestores de fundos especializados em ouro permanecem cautelosos, manifestando receio de um possível retorno aos excessos do passado e insistindo na prudência por parte das empresas. Keith Watson, cogestor do fundo Golden Prospect, afirmou que, por ora, as mineradoras “estão se comportando bem”. Contudo, ressalta que essa é uma situação do tipo “mostre para eu acreditar”, com a expectativa de que a manutenção da disciplina leve à recuperação da confiança do mercado.

George Cheveley, gestor do fundo de mineração de ouro da Ninety One, notou que o setor historicamente “sem prestígio” é propenso a “gerar lucros em rajadas curtas”, devido à sua natureza altamente cíclica. “Por ganharem dinheiro muito rápido, acabam exagerando”, disse. “No início será extremamente lucrativo. Alguns manterão a disciplina, outros não.” Essa preocupação com a gestão de capital é tão premente que já ressoa nas diretorias das companhias: tanto a Newmont quanto a Barrick anunciaram a troca de seus presidentes-executivos na semana passada. Matthew Murphy, analista do BMO Capital Markets, sugere que a inesperada decisão da Barrick de substituir Mark Bristow pode ter sido motivada pelo “desempenho inferior das ações em relação às concorrentes”, indicando uma pressão por melhores retornos no setor das mineradoras de ouro.

Os executivos enfrentam agora o desafio de como alocar a vultosa entrada de capital esperada. O BMO prevê um fluxo de caixa livre de US$ 60 bilhões para o setor no próximo ano. Evy Hambro, chefe de investimentos temáticos e setoriais da BlackRock, defende que a principal prioridade das mineradoras deveria ser a distribuição de capital aos acionistas que “esperaram pacientemente”, especialmente agora que desfrutam de margens operacionais robustas. Hambro sugere priorizar o pagamento de dividendos em detrimento da recompra de ações, chegando a propor que os acionistas recebam em ETFs lastreados em ouro, e não apenas em moedas tradicionais. Não obstante, a tentação de concretizar novas aquisições pode ser difícil de ser evitada, dada a escassez de novas minas. Este cenário pode impulsionar uma consolidação no setor, à medida que os produtores buscam repor suas reservas exauridas pela extração.

Analistas indicam que fusões por troca de ações, como a recente entre Anglo American e Teck Resources, podem servir de modelo. Outra preocupação frequente entre acionistas é a possibilidade de os executivos das mineradoras, que já estão entre os mais bem remunerados da indústria de mineração, abocanharem novamente uma fatia desproporcional dos lucros. Em 2017, Marcelo Kim, sócio da Paulson & Co, gerou debate ao criticar os “excessivos” pacotes salariais, alertando que investidores agiam como “ovelhas indo para o abate”. Hoje, presidente da Perpetua Resources, Kim reconhece que há maior disciplina desta vez, mas adverte contra novos exageros: “Espero que ninguém receba pacotes milionários só porque o preço do ouro subiu. Isso não é mérito deles”, afirmou. No entanto, ele pondera que “se fizerem as coisas certas, vão ganhar rios de dinheiro”, indicando a capacidade das mineradoras de ouro de prosperarem com uma gestão eficiente e transparente.

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O sucesso atual das mineradoras de ouro sinaliza um período de alta rentabilidade e renewed interesse neste segmento. Para continuar acompanhando as principais análises sobre os movimentos do mercado financeiro e os desempenhos dos diferentes setores econômicos, clique aqui e acesse nossa editoria de Economia.

Crédito da Imagem: Shannon Stapleton – 5.jun.13/Reuters

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