A neurocientista de renome, Suzana Herculano-Houzel, reforça enfaticamente a indispensabilidade das emoções no processo de qualquer tomada de decisão. Contrariando concepções passadas, a pesquisadora defende que as decisões inteligentes não são frutos de uma análise puramente racional e desprovida de sentimentos, mas sim de uma complexa interação com nossas reações corporais e emocionais.
Em um curso ministrado para a CasaFolha, disponível na plataforma casafolhasp.com.br, Suzana Herculano-Houzel desmistifica a ideia de que a racionalidade fria dita as boas escolhas. “Por muito tempo se dizia que decisões inteligentes, boas decisões, são decisões tomadas a frio, racionais, que não levam em consideração as emoções. [Isso é] completamente errado, completamente errado”, afirma categoricamente a neurocientista. Ela cita uma série de “experimentos extremamente importantes, seminais dentro da neurociência”, que confirmam que as deliberações mais acertadas são justamente aquelas que integram “o que o corpo acha” sobre as alternativas existentes.
Emoções Guisam Decisões Inteligentes, Diz Neurocientista Suzana
Esse “o que o corpo acha”, como explica Suzana, traduz-se diretamente na representação física das emoções. Ou seja, refere-se a “como o seu corpo se sente quando você considera a possibilidade de vir a fazer alguma coisa”. Essa percepção é vital para orientar as escolhas que levam a caminhos mais produtivos e benéficos para o indivíduo.
Em suas aulas, a cientista – também colunista da Folha e uma das mais proeminentes pesquisadoras mundiais em sua área – detalha progressivamente o papel crucial das emoções nas tomadas de decisão. Ela elucida o funcionamento dos circuitos cerebrais e as capacidades distintivas que conferem aos seres humanos uma singularidade nesse processo, demonstrando a profundidade da interconexão entre razão e sentimento.
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Anteriormente a adentrar no papel direto das emoções em nossas escolhas, Suzana Herculano-Houzel estabelece a definição de inteligência como a aptidão de um indivíduo em exibir flexibilidade comportamental frente às diferentes circunstâncias. Por essa perspectiva, uma decisão genuinamente inteligente é aquela que propicia a abertura de novas vias e a expansão de oportunidades, ao invés de limitar possibilidades.
A capacidade singular dos seres humanos para efetuar tais decisões reside na habilidade de realizar simulações internas complexas em seus cérebros. Esse processo é viabilizado pela densidade de neurônios na área conhecida como córtex cerebral. Embora toda escolha acarrete em consequências, implicando tanto a abertura quanto o fechamento de “portas”, o cerne da questão reside na avaliação da importância dessas portas para o indivíduo, um discernimento que transcende a mera lógica. Para mais informações sobre a relação entre neurociência e tomada de decisão, consulte este artigo sobre Neurociência Cognitiva e processos decisórios da UFRGS.
Imagem: www1.folha.uol.com.br
No entanto, a importância dessas “portas” varia consideravelmente de pessoa para pessoa. A neurocientista sublinha que “o que diz para o seu cérebro quais são as portas importantes para você? São as suas emoções, justamente”. Assim, “a decisão inteligente para você é aquela que abre portas com as quais você se importa”, reforça Suzana. É neste ponto que o papel das emoções se torna indispensável, conferindo valor e direção às nossas deliberações.
Dessa forma, o processo de tomada de decisão não se resume a projeções racionais do futuro. É igualmente imperativo dedicar atenção às emoções para chegar a uma conclusão verdadeiramente inteligente. “Essa simulação completa de mente e corpo, portanto de pensamento e emoção, é o que a gente junta e coloca na balança na hora de tomar decisões”, resume a especialista.
O curso completo oferecido por Suzana Herculano-Houzel é estruturado em uma série de aulas para facilitar a compreensão dos participantes, incluindo:
- Aula 1: Introdução
- Aula 2: Notável, mas não especial
- Aula 3: A vantagem humana
- Aula 4: O poder do cérebro
- Aula 5: Neurociência do aprendizado
- Aula 6: Mens sana in corpore sano
- Aula 7: O lugar da emoção
- Aula 8: Decisões melhores
- Aula 9: Estresse e ansiedade
- Aula 10: Atitudes positivas e felicidade
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Em suma, a abordagem da neurocientista Suzana Herculano-Houzel na CasaFolha redefine o entendimento das escolhas, apontando que as decisões verdadeiramente inteligentes estão intrinsecamente ligadas à compreensão e integração das nossas emoções. Para explorar mais artigos e análises sobre o fascinante universo da neurociência e seus impactos na vida humana, continue acompanhando a editoria de Análises em horadecomecar.com.br/analises e aprofunde seu conhecimento.
Crédito da imagem: Dirceu Neto/Folhapress
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