Ato bolsonarista em Brasília, realizado na terça-feira, 7 de outubro de 2025, registrou uma participação de público aquém das expectativas, marcando um contraste notável com mobilizações passadas do movimento. O protesto, que visava principalmente pressionar por uma anistia para figuras ligadas a tentativas de golpe de Estado, ocorreu na Esplanada dos Ministérios e gerou discussões sobre o atual panorama político da extrema direita brasileira.
Embora a expectativa para esta manifestação não fosse de um evento de proporções monumentais, dadas as recentes derrotas em pautas como a PEC da Blindagem e o PL da Anistia, o volume diminuto de participantes surpreendeu muitos. O desfile pela Esplanada dos Ministérios, longe de emular grandes aglomerações, foi comparado a eventos de menor escala, levantando questionamentos sobre a capacidade de mobilização atual da base aliada ao ex-presidente.
Os manifestantes expressaram pautas centradas na impunidade, defendendo anistia para Jair Bolsonaro e seus colaboradores em supostos atos golpistas. As críticas proferidas no evento foram direcionadas não apenas ao Presidente Lula, mas também a autoridades como o ministro Alexandre de Moraes, e aos líderes do Poder Legislativo, Hugo Motta (Câmara) e Davi Alcolumbre (Senado).
Ato Bolsonarista em Brasília Registra Baixa Participação
Ainda que a reduzida presença nas ruas da capital federal possa parecer desfavorável, especialistas ponderam que essa percepção de esvaziamento não reflete a totalidade da força do bolsonarismo no país. O movimento continua a deter milhões de apoiadores em diversas regiões. A análise foca, portanto, menos na capacidade de agregação física e mais na estratégia política das lideranças, que parecem concentradas em manter a coesão e o entusiasmo de sua base, mesmo diante de um cenário de notícias majoritariamente negativas. O intuito é preservar a influência, mesmo quando as demandas de rua não resultam em ganhos políticos concretos junto ao Congresso Nacional, como o desejo de uma anistia abrangente para o ex-presidente e seus apoiadores, cujos crimes, segundo a leitura atual, visavam desestabilizar o país e que hoje buscam por uma redução de pena. Para mais informações sobre o papel do Congresso, você pode consultar o site oficial do Congresso Nacional.
Um dos fatores mais cruciais apontados para o desânimo percebido na militância é a recente aproximação entre o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente norte-americano Donald Trump. A troca de “contatinhos” e declarações com tons de respeito entre os dois líderes políticos, embora sem desdobramentos definidos, foi vista como um revés significativo para a narrativa de que o clã Bolsonaro detinha um canal de comunicação exclusivo e privilegiado com a Casa Branca. Esta percepção gerou incerteza e fragilizou a fantasia de uma aliança internacional irrestrita.
Refletindo o cenário de dependência dessa narrativa, observou-se no protesto a presença de bolsonaristas com bandeiras dos Estados Unidos, buscando uma “salvação do comunismo” através da figura de Trump. Contudo, faltou a demonstração mais exuberante de apoio internacional, contrastando com um movimento que em outros tempos acenava abertamente com grandes “badeirões” em prol de influências estrangeiras. A ausência de uma demonstração de apoio internacional massivo reforçou a ideia de um movimento em busca de novas âncoras narrativas, perdendo parte da capacidade de gerar impactos significativos nas massas.
É notório, até mesmo para as lideranças do movimento, que a aprovação de uma anistia “ampla, geral e irrestrita” para todos os envolvidos em supostos atos de contestação antidemocrática é uma meta política praticamente inatingível no atual contexto brasileiro. A perspectiva de uma redução considerável da pena de Jair Bolsonaro também é considerada irrealista por muitos. A preocupação principal, portanto, deslocou-se da efetivação dessas medidas legislativas para a manutenção do engajamento e da lealdade da base, que precisa ser constantemente “entretenida e alimentada” com um propósito para não dispersar.

Imagem: noticias.uol.com.br
A despeito do esvaziamento do recente **ato bolsonarista**, seria precipitado cravar o fim do movimento. A diminuição do público é tida como uma resposta “conjuntural” a um período desfavorável, marcado por notícias negativas para a extrema direita. A história demonstra que eventos políticos imprevisíveis, como uma eventual prisão de Jair Bolsonaro, poderiam gerar novas ondas de protestos e até mesmo tumultos sociais, mostrando a volátil natureza do apoio político e a imprevisibilidade de mobilizações futuras.
Neste cenário de ebulição, nomes influentes da corrente política de direita foram avistados no ato, indicando a permanência da força política dessas figuras, como o senador Flávio Bolsonaro, o deputado Nikolas Ferreira e Michelle Bolsonaro, que atua como diretora do PL Mulher. Suas presenças atestam a tentativa de manter viva a chama da mobilização, mesmo diante dos desafios atuais, mostrando que as lideranças continuam ativas.
Contudo, analistas apontam para um elemento que a cúpula da oposição pode estar subestimando: a “fadiga” da base. O discurso inflamado, que outrora agitava massas nas ruas e estradas do país, parece perder ressonância, ecoando em um ambiente menos efusivo e mais desbotado. A retórica de “voltar ao poder” agora soa mais como um lamento nostálgico do que um plano político palpável e com reais chances de sucesso a curto prazo. Mesmo entre os mais leais, há uma percepção crescente de que a era das grandes mobilizações de veículos pode ter ficado para trás, e que a política, assim como as paixões, tende a arrefecer na ausência de reciprocidade e de vitórias concretas.
Lula e Trump, embora figuras distantes em ideologias e sem perspectiva de compartilharem o mesmo palanque, demonstram possuir um apurado instinto de sobrevivência política, cada qual manobrando em seu próprio “tabuleiro de xadrez”. A simples sugestão de aproximação entre eles desarticulou uma peça fundamental na narrativa bolsonarista. Sem a “fantasia” da linha direta e única com o poder norte-americano, o movimento se vê reduzido ao eco de um passado de massa, com uma presença mais próxima da “miragem” no cenário político contemporâneo.
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Este panorama do recente **ato bolsonarista em Brasília** ilustra a complexidade da dinâmica política da direita brasileira, enfrentando desafios internos e externos que testam sua capacidade de adaptação e resiliência. O debate sobre a anistia e a busca por unidade continuam sendo pautas centrais no espectro da extrema direita. Para aprofundar a compreensão sobre os rumos da política brasileira e seus desdobramentos, acompanhe nossas análises e notícias exclusivas na editoria de Política.
Crédito da Imagem: Felipe Pereira/UOL
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