A falta de medicamentos em Piracicaba (SP) tem gerado grande preocupação entre a população, com a constatação de que aproximadamente 30 dos 111 fármacos essenciais catalogados estão ausentes do estoque da rede municipal. Este cenário impacta diretamente a saúde e o bem-estar dos cidadãos, que dependem do sistema público para tratamentos de diversas enfermidades, desde condições crônicas a infecções agudas. Autoridades locais já sinalizam um processo licitatório em curso para regularizar o abastecimento.
Dentre os itens em desabastecimento, incluem-se substâncias básicas como analgésicos e anti-inflamatórios, além de remédios cruciais para condições mais complexas. Pacientes com hipertensão, diabetes, enfermidades cardíacas, infecções variadas e distúrbios do sistema nervoso central estão entre os mais prejudicados, evidenciando a amplitude do impacto sobre diferentes perfis de saúde da comunidade.
A angústia provocada pela carência de remédios é palpável no dia a dia dos piracicabanos. Lilian Camargo França, mãe de um jovem de 18 anos diagnosticado com autismo severo e esquizofrenia, vivencia de perto essa dificuldade. Há sete anos, Lilian dependia da rede pública para obter a medicação essencial do filho; contudo, neste mês, ela se viu em uma corrida exaustiva em busca do tratamento. Relatos apontam a indisponibilidade tanto nas unidades de saúde quanto em farmácias particulares, estendendo a busca até mesmo para regiões rurais sem sucesso.
Falta de Medicamentos em Piracicaba Aflige Moradores
A mãe expressa profunda indignação com a situação, destacando o perigo iminente para a saúde do filho, que não consegue conciliar o sono sem a dose diária. “É uma total falta de respeito,” desabafa Lilian, temendo uma internação e ressaltando que, após superar um quadro de inflamação cerebral, a ausência da medicação representa um risco extremo. Adicionalmente, ela explica que a privação do fármaco acarreta no agravamento de seu comportamento, tornando-o agressivo.
Outra cidadã afetada, Margarida Marques, compartilha um testemunho similar. Ao tentar adquirir quatro remédios necessários na farmácia municipal, Margarida encontrou apenas um, destinado ao controle da pressão arterial. Medicamentos vitais para o tratamento de diabetes e para a saúde cardiovascular estavam indisponíveis. Diante disso, ela foi obrigada a recorrer ao mercado privado para suprir as lacunas. “É complicado”, afirma, evidenciando o impacto financeiro: “Eu utilizo uma vitamina para dores no corpo que custa R$ 90,00. Com um salário mínimo, praticamente todo o recurso está sendo direcionado para a compra de remédios.”
A recorrência do problema também é confirmada pela manicure Caroline do Carmo. Ela não conseguiu Ibuprofeno em uma farmácia municipal e recorda-se de uma ocasião prévia onde a Prednisona também não estava disponível. A manicure enfatiza a frequência do desabastecimento, descrevendo-o como uma desconsideração à população. “É uma afronta à dignidade das pessoas. Esperamos pelos remédios e eles simplesmente não estão lá”, lamenta.

Imagem: g1.globo.com
Medidas Adotadas pela Prefeitura de Piracicaba para Contornar a Falta
Em resposta aos questionamentos, a Secretaria Municipal de Saúde de Piracicaba comunicou que a administração atual implementou um novo modelo de contratação de fármacos. A estratégia consiste no agrupamento de medicamentos em lotes, buscando otimizar o processo de aquisição e distribuição. A pasta justificou que essa metodologia foi escolhida para minimizar as probabilidades de interrupções no fornecimento, frequentemente causadas por falhas contratuais dos fornecedores. A intenção é igualmente diminuir a necessidade de solicitações de troca de marcas e a constante busca por reequilíbrio financeiro nos acordos firmados.
De acordo com a secretaria, o novo formato de compra contribui para uma maior estabilidade na complexa cadeia de suprimentos, aprimora a eficácia da gestão logística e proporciona uma previsibilidade ampliada na entrega dos itens essenciais às unidades de saúde vinculadas à rede pública municipal. Essas ações visam assegurar um fluxo contínuo e mais seguro de medicamentos para a população. Para entender mais sobre as diretrizes da assistência farmacêutica no Brasil, você pode consultar as informações disponíveis no site oficial do Ministério da Saúde.
A secretaria reforça que o processo licitatório está atualmente em fase de desenvolvimento e que a sua conclusão é esperada para restabelecer integralmente o abastecimento das medicações. Um exemplo recente do avanço foi a homologação de quatro lotes, ocorrida nesta terça-feira, 7 de outubro, que assegura a aquisição de uma variedade considerável de medicamentos. Os setores administrativos envolvidos no procedimento estão empenhados na procura por alternativas que possam acelerar a finalização da licitação, além de explorar outras vias legais disponíveis. Contudo, não foi divulgado um cronograma específico para a completa normalização da situação na rede.
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O cenário de desabastecimento de medicamentos em Piracicaba sublinha a complexidade da gestão da saúde pública e a urgência de soluções eficazes para garantir o direito fundamental ao tratamento. Acompanhar os desdobramentos dessa questão é crucial para os moradores. Para se aprofundar em como cidades brasileiras lidam com seus desafios e serviços públicos, acesse a nossa seção de Cidades e Análises e mantenha-se informado sobre temas relevantes de gestão urbana e bem-estar social.
Crédito da imagem: Edijan Del Santo/ EPTV e Prefeitura de Piracicaba
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