A investigação policial em Monte Alto, no interior de São Paulo, revelou um alarmante esquema de coleta de sangue onde gatos anestesiados em Monte Alto eram submetidos ao procedimento em condições precárias e totalmente inadequadas. A apuração inicial, registrada em boletim de ocorrência, descreve um ambiente insalubre e sem qualquer acompanhamento veterinário apropriado para tais intervenções.
No último sábado (4), três indivíduos foram detidos na cidade, que faz parte da região metropolitana de Ribeirão Preto. Eles são suspeitos de envolvimento na comercialização ilegal de sangue felino. Após audiência de custódia realizada no domingo (5), um estudante de medicina veterinária, que estaria no comando das atividades, teve sua prisão preventiva decretada.
Gatos anestesiados Monte Alto: Coleta ilegal em local sem estrutura
O documento policial que embasou as prisões detalha que os felinos foram submetidos à anestesia geral sem a presença de um médico veterinário qualificado para monitoramento. As condições da residência utilizada para a coleta de sangue dos animais foram classificadas como anti-higiênicas, tornando o espaço totalmente impróprio para qualquer procedimento de saúde, muito menos para a coleta de material biológico. Além disso, evidências sugerem que os gatos teriam recebido doses excessivas de sedativos, sem levar em conta o peso individual de cada animal, dada a ausência de uma balança no local.
Detalhes da Investigação e Envolvidos
Durante a operação, as autoridades encontraram na Rua Marciano de Vasconcelos Nogueira pessoas oriundas de diferentes cidades: dois residentes de Bady Bassitt, dois de Monte Alto e um de São José do Rio Preto. Esta última cidade abrigaria a clínica HemoSer, para onde, segundo os envolvidos, o sangue seria enviado para transfusões. A apuração sugere que o grupo oferecia R$ 50 para indivíduos que levassem gatos ao imóvel para a coleta de sangue.
O estudante de veterinária e dois de seus auxiliares informaram à polícia que trabalhavam como freelancers para a referida clínica. Os supostos freelancers afirmaram receber diárias de R$ 300 e R$ 100, respectivamente. A fiscalização que desmantelou o esquema foi composta por agentes da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Monte Alto, membros da Guarda Civil Municipal (GCM), uma veterinária do município e peritos da Polícia Científica.
No local da operação, além da dona do imóvel, os agentes encontraram o trio supostamente responsável pela coleta de sangue já paramentado com luvas e trajes cirúrgicos, ao lado de outra mulher que faria a ponte entre o grupo e a clínica de São José do Rio Preto. Seis gatos foram encontrados desacordados durante a incursão policial. Um deles chegou a despertar na presença das autoridades, mas manifestava sinais visíveis de desorientação e abatimento, conforme relatos dos presentes.
Repercussão e Posição da Clínica HemoSer
A HemoSer, clínica situada em São José do Rio Preto e supostamente o destino do sangue coletado, emitiu um comunicado por meio do escritório Sátiro Advocacia. Na nota, a clínica expressou veementemente seu repúdio a quaisquer formas de maus-tratos a animais. A empresa também afirmou que a doação de sangue animal é uma “prática comum, necessária e plenamente legal” no Brasil, manifestando solidariedade ao estudante de veterinária que se encontra detido.

Imagem: www1.folha.uol.com.br
A clínica ressaltou a vital importância da doação de sangue para salvar vidas em procedimentos veterinários de emergência e urgência. Argumentou ainda que, na ausência de legislação específica que regulamente bancos de sangue veterinários, o setor opera sob os princípios gerais da medicina veterinária, as normas éticas do Conselho Federal de Medicina Veterinária e a legislação de proteção animal, destacando que atua sempre buscando o bem-estar animal e a conformidade legal. Em seus comunicados, a HemoSer assegura que seus processos são conduzidos por profissionais qualificados e que obedecem a rigorosos protocolos técnicos. O advogado Ismair Sátiro, responsável pela defesa da clínica, declarou que está reunindo provas e analisando o caso, certo de que os fatos serão devidamente esclarecidos no processo legal.
Em outra seção do comunicado, a clínica HemoSer reiterou sua solidariedade a todos os envolvidos, confiando que o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa prevalecerão. Mais uma vez, negou veementemente qualquer associação ou compactuação com atos que possam resultar em sofrimento para animais.
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Este grave incidente, envolvendo a coleta ilegal de sangue de gatos anestesiados em Monte Alto e as subsequentes prisões, sublinha a urgência de uma maior fiscalização e de regulamentação clara para procedimentos veterinários em todo o país. O caso reforça a necessidade de conscientização sobre a importância do bem-estar animal e o combate a práticas clandestinas que colocam a vida dos felinos em risco. Para continuar acompanhando as principais notícias sobre crimes e investigações na região, incluindo outros casos que impactam nossas comunidades, convidamos você a explorar a nossa editoria de Cidades em Hora de Começar.
Crédito da imagem: Divulgação/Polícia Civil
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