Após dias de incerteza, os brasileiros da flotilha detidos por Israel, integrantes da missão Global Sumud, foram finalmente libertados nesta terça-feira, 7 de outubro. O grupo de 13 ativistas já deixou o território israelense e se dirige à Jordânia, em um desdobramento que alivia as tensões diplomáticas em torno do incidente.
De acordo com informações obtidas de fontes diplomáticas brasileiras, todos os indivíduos estão em bom estado de saúde e prosseguem sua viagem rumo a Amã, a capital jordaniana. Este processo de libertação marca o fim da custódia em uma prisão israelense.
A jornada dos ativistas se iniciou com o transporte da prisão de Ktziot, localizada no deserto do Neguev, até a fronteira por autoridades de Israel. Chegando ao posto de fronteira, os cidadãos brasileiros se reuniram com representantes da embaixada do Brasil em Tel Aviv, recebendo o primeiro contato oficial após a detenção.
Brasileiros da Flotilha Detidos por Israel são Libertados
Uma vez em solo jordaniano, o suporte diplomático é agora providenciado pela embaixada brasileira sediada em Amã. Os ativistas da Global Sumud passarão por avaliações médicas detalhadas e receberão toda a assistência consular necessária, garantindo seu bem-estar e a legalidade de sua situação antes de qualquer planejamento para o retorno ao Brasil.
A detenção do grupo ocorreu em águas que, segundo os organizadores da missão Global Sumud, são internacionais. O objetivo da flotilha era entregar ajuda humanitária vital para a população de Gaza, que enfrenta uma grave crise humanitária decorrente do conflito persistente na região. A intercepção e subsequente captura geraram condenação por parte dos organizadores e levantam questões sobre a liberdade de navegação em missões de socorro.
Além dos **ativistas brasileiros**, a ação de libertação incluiu indivíduos de outras nacionalidades. Ativistas da Argentina, Colômbia, África do Sul e Nova Zelândia, que também integravam a flotilha e foram capturados, tiveram sua libertação anunciada para ocorrer igualmente nesta terça-feira, consolidando um esforço diplomático multilateral para a soltura dos envolvidos.
Os detalhes a respeito do regresso dos **brasileiros da flotilha** ao Brasil ainda não foram totalmente definidos. O único integrante da delegação que conseguiu deixar Israel antes do restante do grupo foi Nicolás Calabrese. Embora tenha residência fixa no Brasil há mais de uma década, Calabrese nasceu na Argentina e possui cidadania italiana. Ele desembarcou na noite da segunda-feira no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, e, em depoimento público, denunciou a ocorrência de maus-tratos e qualificou as ações das forças israelenses como terroristas.
A coincidência da data de libertação, 7 de outubro, com o aniversário de dois anos da guerra em Gaza ressalta a gravidade do contexto. O conflito na região, que se estende por um longo período, já causou a morte de dezenas de milhares de pessoas e gerou uma crise humanitária de proporções sem precedentes. A situação humanitária nos territórios palestinos ocupados tem sido um foco constante de preocupação por parte de organizações internacionais, conforme evidenciado em relatórios da ONU.

Imagem: redir.folha.com.br
Em um comunicado divulgado pelos organizadores, a missão marítima tinha como propósito fundamental denunciar o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza. Este cerco, que se mantém desde 2007, foi intensificado a partir de março deste ano, segundo os ativistas, transformando-se em um bloqueio total que impede a entrada de alimentos, medicamentos e outros suprimentos essenciais para a sobrevivência da população local.
O texto dos ativistas vai além, categorizando a fome e o bloqueio como instrumentos deliberados de controle. Eles formalmente acusam Israel de práticas de genocídio e limpeza étnica contra o povo palestino, posicionamento que reflete a intensidade das percepções e acusações que circundam o conflito e as ações humanitárias na região. A organização defende que a comunidade internacional precisa agir proativamente.
Para o grupo envolvido na Global Sumud, a **libertação dos brasileiros** e demais ativistas tem um valor profundamente simbólico. “A liberdade de nossos integrantes no dia 7 de outubro carrega um símbolo de resistência, mas também nos lembra que não há liberdade verdadeira enquanto o cerco persistir”, afirma a nota emitida pela organização. A mensagem é clara: é imperativo que a comunidade global adote medidas concretas para finalizar a ocupação e assegurar a tão buscada liberdade para o povo palestino.
Confira também: crédito imobiliário
Em resumo, a **libertação dos brasileiros detidos por Israel** em uma missão de ajuda humanitária reacende o debate sobre o bloqueio de Gaza e as tensões geopolíticas no Oriente Médio. Continue acompanhando a cobertura completa em nossa editoria de Política para se manter informado sobre este e outros temas relevantes no cenário nacional e internacional.
Eduardo Anizelli/Folhapress
🔗 Links Úteis
Recursos externos recomendados