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Trump apoia proposta nuclear de Putin: ‘boa ideia’

Em um momento de escalada nas tensões internacionais, envolvendo a guerra na Ucrânia e as complexas relações entre Washington e Moscou, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou uma visão favorável à proposta nuclear de Putin. A declaração, feita em 5 de outubro, sugere que a iniciativa russa para prorrogar o último tratado de […]

Em um momento de escalada nas tensões internacionais, envolvendo a guerra na Ucrânia e as complexas relações entre Washington e Moscou, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou uma visão favorável à proposta nuclear de Putin. A declaração, feita em 5 de outubro, sugere que a iniciativa russa para prorrogar o último tratado de controle de armas nucleares em vigor “parece uma boa ideia”, sinalizando um possível caminho para o diálogo em um cenário de crescentes temores atômicos globais. Este pronunciamento ocorreu em um domingo à noite, quando Trump falava a repórteres na saída da Casa Branca.

A reação do Kremlin à fala de Trump não tardou. Em 6 de outubro, a liderança russa considerou o comentário como “um sinal otimista”. Este gesto de distensão acontece enquanto o mundo acompanha de perto a delicada situação do conflito ucraniano e a posição das principais potências nucleares. O reconhecimento de Trump à proposta de Moscou abre portas para discussões futuras sobre a estabilidade nuclear.

Trump apoia proposta nuclear de Putin: ‘boa ideia’

A iniciativa de Moscou, apresentada por Vladimir Putin na semana anterior, propõe uma extensão voluntária de um ano para o pacto conhecido como Novo Start, originalmente agendado para expirar em 5 de fevereiro de 2026. Em vigor desde 2011, este tratado estabelece limites verificáveis para o arsenal nuclear estratégico dos Estados Unidos e da Rússia. Com 87% das ogivas nucleares mundiais sob o controle dessas duas nações, a prorrogação busca manter um grau de previsibilidade enquanto se tenta negociar um novo acordo. As conversações futuras poderiam expandir o alcance do tratado, talvez incluindo a crescente potência nuclear chinesa — aliada de Moscou — e até mesmo as potências ocidentais como França e Reino Unido, conforme o flanco americano.

O Novo Start representa o derradeiro arranjo diplomático em vigor para a limitação de armamentos nucleares entre as maiores potências atômicas. Durante seu primeiro mandato, Donald Trump optou por abandonar dois outros acordos que eram pilares da redução das tensões nucleares, justificando sua decisão pela suposta obsolescência de tais diplomas. Por outro lado, em 2023, o presidente russo suspendeu as obrigações russas contidas no acordo vigente, uma medida tomada em resposta direta ao apoio prestado pelos Estados Unidos a Kiev, em um contexto de intensa pressão geopolítica e militar. Apesar da suspensão das obrigações de inspeção mútua, Putin declarou que seu país manteria os limites de 1.550 ogivas estratégicas operacionais, distribuídas em 700 veículos de lançamento, que incluem mísseis instalados em silos, em submarinos e em bombardeiros, honrando assim, unilateralmente, as quantidades acordadas.

As ogivas estratégicas se caracterizam pelo seu maior alcance e poder destrutivo, sendo associadas à capacidade de aniquilar vastas áreas, como cidades inteiras. Em contraponto, existem as armas táticas, teoricamente menos potentes e desenvolvidas para serem empregadas em campos de batalha específicos. Contudo, a comunidade de especialistas em segurança internacional converge no entendimento de que o uso de armamentos táticos poderia escalar rapidamente para o emprego de ogivas de maior poder, culminando em um cenário de proporções catastróficas. A controvérsia em torno do controle dessas armas táticas e a persistente intenção americana de integrar a China em um futuro tratado de controle de armamentos permanecem como os principais obstáculos e pontos nevrálgicos nas discussões diplomáticas.

De acordo com os dados da respeitada Federação dos Cientistas Americanos (FAS), os Estados Unidos possuem um estoque estimado de aproximadamente 200 dessas ogivas táticas, com cerca de 100 delas mantidas em estado operacional. Em contraste, a Rússia detém um arsenal significativamente maior, contabilizando 1.558 ogivas táticas. Essa disparidade nos números ressalta a complexidade e a delicadeza de qualquer negociação que vise incluir esses armamentos em futuros acordos de controle. O desafio reside não apenas em definir limites, mas também em estabelecer mecanismos eficazes de verificação e conformidade, que sejam aceitáveis para todas as partes envolvidas.

Nos últimos anos, ambos os lados têm demonstrado uma ativa movimentação no campo nuclear. Durante seu mandato presidencial, Donald Trump reduziu o limiar para o uso de armas táticas e implementou modelos menos potentes em sua frota de submarinos. Atualmente, ele impulsiona o projeto de defesa balística conhecido como Domo Dourado, uma iniciativa que, segundo análises de especialistas, é vista com certa desconfiança devido às suas potenciais implicações na estabilidade estratégica global. No polo oposto, Vladimir Putin alterou a doutrina nuclear russa, ampliando o escopo de circunstâncias em que o uso de armamentos atômicos poderia ser considerado, além de investir pesadamente no desenvolvimento de uma nova geração de mísseis hipersônicos manobráveis, capazes de carregar ogivas nucleares. Exemplos notórios incluem o famoso míssil Orechnik, testado em novembro sobre a Ucrânia, embora sem carga explosiva, evidenciando o avanço tecnológico e a reformulação da estratégia de defesa russa.

Trump apoia proposta nuclear de Putin: ‘boa ideia’ - Imagem do artigo original

Imagem: www1.folha.uol.com.br

Todo esse debate acontece enquanto os Estados Unidos se encontram em uma posição de idas e vindas, alternando gestos de boa vontade com a imposição de pressão sobre Putin em relação ao conflito ucraniano. Uma decisão crítica em estudo por Washington é a possibilidade de enviar mísseis de cruzeiro Tomahawk para as forças de Volodimir Zelenski, o que representa um ponto de inflexão na dinâmica entre os países. No fim de semana, o presidente russo emitiu um alerta explícito, indicando que, caso tal medida seja concretizada, haveria um rompimento decisivo nas relações com os americanos, uma retomada que ele, segundo declarações, ainda considera uma prioridade estratégica. Relatórios de Washington sugerem uma incerteza sobre se Trump realmente tomará essa decisão, mantendo um suspense quanto ao desfecho.

Simultaneamente, o cenário no campo de batalha reflete a intensa pressão imposta pelos russos sobre a Ucrânia nas semanas recentes, que recebeu uma resposta significativa. Kiev deflagrou o segundo maior ataque com drones sobre o território russo em toda a duração do conflito em 6 de outubro, provocando a derrubada de 251 aparelhos, conforme informações divulgadas pelo Ministério da Defesa russo. Embora as autoridades russas não revelem o número total de drones lançados, o ataque se concentrou na região meridional de Belgorodo, onde estações de energia foram atingidas, resultando em mais de 40 mil moradores da área, que possui 1,5 milhão de habitantes, permanecendo no escuro. O ataque de maior envergadura até então havia ocorrido em 11 de março, com o registro de 337 drones. Na Crimeia, região anexada por Putin em 2014, relatos indicaram bombardeios a um terminal de distribuição de petróleo e a uma fábrica de munições. Além disso, em Briansk, localizada no sul russo, e em Níjni-Novogorod, mais a leste, canais locais de Telegram divulgaram vídeos e imagens de explosões em outras estações de energia, porém sem a confirmação de vítimas. Esses eventos recentes demonstram a persistente escalada das hostilidades, aprofundando a incerteza e a complexidade do cenário geopolítico.

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A sinalização de Donald Trump em favor da proposta nuclear de Vladimir Putin, que visa prolongar o acordo Novo Start, sublinha a intrincada dança diplomática em um contexto de elevadas tensões geopolíticas. A receptividade da ideia pode, de um lado, abrir caminho para a estabilização das relações bilaterais e a renegociação de um pacto mais abrangente de controle de armamentos, mas, por outro lado, confronta a dura realidade dos conflitos armados e as mudanças nas doutrinas nucleares das grandes potências. Acompanhe a editoria de Política de Hora de Começar para ficar atualizado sobre os desdobramentos dessa crucial pauta global.

Crédito da imagem: Alexander Nemenov – 3.mai.2025/AFP

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