Dezessete anos após um acidente de cavalo que o deixou tetraplégico, Estêvão Ciavatta conquistou a Pedra da Gávea, um dos maiores ícones naturais do Rio de Janeiro. A façanha do cineasta e artista, que é marido da renomada atriz Regina Casé, coroa uma longa e árdua jornada de reabilitação, desafiando todos os prognósticos médicos que apontavam para limitações permanentes.
A própria Regina Casé relembrou as descrenças médicas, mencionando que a recuperação de Estêvão desmentiu previsões como “não vai andar, não vai andar de bicicleta, não vai subir a Pedra da Gávea…”. A atriz sempre duvidou dos “nãos”, e a recente escalada de seu marido prova a validade dessa postura de resiliência e fé na superação.
Estêvão Ciavatta Conquista Pedra da Gávea 17 Anos Pós-Acidente
O episódio que alterou drasticamente a vida de Estêvão Ciavatta aconteceu quando seu cavalo, Popó, realizou pinotes, arremessando-o violentamente ao chão. O impacto severo na nuca resultou em tetraplegia imediata, com seu rosto fincado na terra. Após acordar do desmaio, a rápida e lúcida instrução do cineasta ao caseiro – de permanecer na posição sem ser movido e aguardar a ambulância – foi crucial para o desfecho de sua recuperação.
A lesão de Estêvão era comparável à sofrida pelo ator Christopher Reeve, também decorrente de uma queda de cavalo, que infelizmente o deixou tetraplégico de forma permanente. No caso de Ciavatta, a prontidão em acionar o neurocirurgião Paulo Niemeyer mostrou-se determinante. Ele revelou que um atraso de apenas 15 minutos para chegar à sala de cirurgia poderia ter consequências fatais, devido à compressão da medula espinhal pelo inchaço. A intervenção cirúrgica bem-sucedida, realizada para aliviar a pressão, foi o primeiro passo em sua longa batalha pela reabilitação.
A Intensa Luta Pela Reabilitação Física e Emocional
Os meses que se seguiram à cirurgia foram marcados por grandes desafios. Durante meio ano, Estêvão teve movimentos restritos aos ombros e pernas, necessitando de assistência para tarefas básicas como higiene pessoal e alimentação. Diante de uma situação de tamanha impotência, Regina Casé, autodefinida como uma “solucionática resolutiva”, encontrou força na descrença em relação aos diagnósticos limitantes. Para ela, não aceitar um “não” imediatamente tornou-se um lema e uma motivação inabalável.
A recuperação não se limitou apenas ao aspecto físico. Estêvão Ciavatta enfrentou também a necessidade de resgatar sua autoestima e combater a tristeza imposta pela condição de seu corpo. Adotou uma filosofia poderosa: “meu corpo hoje já está muito triste, eu não vou deixar meu espírito ficar triste também, eu vou botar ele para cima, porque ele vai me ajudar a me levantar”. Essa mentalidade focada na alegria e na força do espírito foi fundamental para impulsionar seu processo de cura.
O Legado de Roque: Terapia Ocupacional e Motivação Inabalável
Um dos momentos mais transformadores na reabilitação de Estêvão foi o nascimento de seu filho, Roque Casé Ciavatta. O cuidado com o bebê se tornou, para o cineasta, uma forma singular de terapia ocupacional. A determinação de poder segurar Roque no colo, trocar suas fraldas, mesmo com as limitações de suas mãos, impulsionou uma rotina intensa de cinco horas diárias de fisioterapia.
A Pedra da Gávea, pico que Estêvão havia escalado mais de quarenta vezes desde a adolescência, transformou-se em seu principal objetivo e na metáfora para seu limite a ser superado. Não era apenas uma montanha, mas o símbolo de uma liberdade física e uma capacidade que ele lutava para reaver. Essa inspiração serviu como um guia constante durante cada sessão de exercícios e cada etapa do seu caminho.
A Jornada até o Cume: Determinação e “Passo da Cobra”
A escalada da Pedra da Gávea significou o desfecho de um ciclo de reabilitação. A aventura começou por uma trilha arborizada e culminou na desafiadora Carrasqueira. Para Estêvão, a subida foi abastecida por “determinação”, “fé”, “devoção”, “muita disposição e disciplina”. Adotando o ritmo tranquilo do “passo da cobra”, aprendido com uma amiga, ele seguiu, ciente de que a pressa poderia levá-lo a “pisar na cobra e ser mordido”.
Como ele exemplificou, “Se eu quisesse ir na Pedra da Gávea cinco anos atrás, eu ia me ferrar”. Essa paciência e compreensão do tempo necessário foram cruciais para o êxito. Enquanto Estêvão trilhava seu caminho na montanha, Regina Casé, que nunca subiu a Pedra da Gávea, acompanhava sua jornada de um ponto de vista diferente: a Pedra Bonita, ao lado. A atriz expressou seu grande medo por uma “notícia ruim”, mas se emocionou profundamente com o apoio familiar, especialmente a atitude de Roque, que abdicou de ir à escola para acompanhar o pai na montanha.
Estêvão Ciavatta fez questão de agradecer a todos os amigos e familiares que o auxiliaram nesse longo percurso. Reconheceu que o que considerava fraquezas – como não conseguir abrir a mão completamente ou não andar como antes – se tornou, na verdade, sua maior força: a diferença. Essa aventura, que se estendeu por 17 anos, reafirmou a verdade de que a “melhor vista” não está apenas na paisagem contemplada, mas na jornada que molda e transforma a todos os envolvidos.
Confira também: crédito imobiliário
A emocionante história de Estêvão Ciavatta oferece um poderoso testemunho de resiliência e da capacidade humana de superar os desafios mais adversos. Para mais histórias inspiradoras sobre superação e os destaques do universo das celebridades, continue explorando o conteúdo exclusivo da nossa editoria de Celebridade em nosso site.
Crédito da imagem: Reprodução
🔗 Links Úteis
Recursos externos recomendados